Para vivenciar o Natal, não bastam presentes e decorações; precisamos de preparar também os nossos corações para a vinda do Rei de todos os reis

É relativamente fácil preparar a nossa casa com belas decorações para a festa de Natal. Mas será que estamos a combinar esses preparativos com uma vida espiritual igualmente bela?

Rábano Mauro, um monge do século 9, convida-nos a nos prepararmos para o Natal como se estivéssemos a dar as boas-vindas a um rei em nossa casa, no seu aniversário. Num dos seus livros (Liturgical Year ou “Ano Litúrgico”), ele oferece-nos uma profunda meditação para o Advento:

 “Se em todos os momentos é necessário sermos adornados com a formosura das boas obras, devemos fazê-lo com especial cuidado no dia do nascimento do nosso Salvador. Considerem dentro de vós, meus irmãos, o que fariam se um rei ou príncipe vos convidasse para comemorar o seu aniversário. As vossas vestes seriam tão novas, tão elegantes, até mesmo tão magníficas, quanto você as pudesse adquirir, pois você consideraria um insulto àquele que o convidou, se você aparecesse diante dele com algo rasgado, pobre ou sujo.”

Prepare o seu coração para um rei

Mauro explica ainda como devemos preparar o nosso coração de maneira semelhante, procurando adorná-lo com virtude:

 “Mostrem a mesma solicitude por ocasião da festa que se aproxima, e deixem as vossas almas embelezadas com os vários ornamentos de virtude irem para o vosso rei. Ele ama as pérolas da simplicidade e as flores da casta sobriedade, usem-nas, portanto. Que as vossas consciências sejam compostas em santa calma, agora que a solene festa da Natividade de Jesus está tão perto de nós. Fazei dela amável na sua castidade, bela na sua caridade, bela na sua esmola, brilhante na justiça e humildade e, acima de tudo, radiante no amor de Deus.”

Às vezes, precisamos de mudar radicalmente a nossa visão interior do Natal para o tratar como ele é: uma festa gloriosa para celebrar a vinda de Jesus para as nossas vidas pessoais.

Além dos presentes e decorações, que possamos, então, preparar o nosso coração para o Rei de todos os reis neles vir habitar.