Querer a santidade é uma coisa, buscá-la efectivamente, outra: Joshan Rodrigues oferece-nos um bom teste para saber onde estamos.

1. Perseverança, paciência e mansidão

O primeiro sinal é quando Deus se torna a fonte da tua força interior, quando estás firmemente ancorado Nele. Esta atitude ajuda o cristão a enfrentar qualquer situação na vida, por mais grave e desesperadora que seja. Quando "sabes" e "sentes" que Deus está contigo, então "Tudo está bem!"

"O coração assusta-se facilmente", "então temos que o enganar. Não importa o tamanho do problema, tu tens que dizer ao teu coração: está tudo bem, amigo; vai ficar tudo bem; Está tudo bem. O problema não será resolvido, mas encontrarás coragem para o enfrentar".

Esta é a fonte da força dos santos, que enfrentam toda a hostilidade e violência com amor e paz. É também o sinal de uma pessoa com quem se pode contar, porque quem tem fé em Deus também é fiel aos outros. Tal pessoa não responde ao mal com vingança, mas com amor. Tal pessoa protege o bom nome dos outros. Ele não julga os outros pelas suas falhas, mas pelas suas forças. Ele está sempre disposto a aprender com os outros. Se estás disposto a sofrer humilhações por causa dos outros, então pareces-te com Cristo!

"Se Deus está connosco, quem está contra nós?" (Rm 8:31).

"É a língua que contamina toda a pessoa e queima o curso da existência" (Tg 3:6).

"Sede sempre mais amigos de ser ensinados por todos do que de querer ensinar mesmo àquele que é menos do que todos" (São João da Cruz).

"Que sofreres por fazer o bem, isto é uma graça da parte de Deus" (1 Pedro 2:20).

2. Alegria e senso de humor

Um cristão santo está sempre cheio de alegria e com senso de humor, porque alguém que tem Deus com ele nunca pode ficar triste ou desanimado. Um verdadeiro sinal do bom cristão é que ele sempre irradia felicidade e riso. Quando ele entra numa sala, traz sorrisos e boas vibrações. Esta pessoa pode estar a enfrentar o momento mais difícil da sua vida e, no entanto, nada pode destruir a alegria e a confiança que estão nela, porque ela sabe que, no final das contas, Deus me ama! Esta alegria traz profunda segurança, esperança serena e satisfação espiritual que o mundo não pode entender ou valorizar.

Habituemo-nos a rezar esta oração, atribuída a São Tomás More:

Concede-me, Senhor, uma boa digestão

e também algo para digerir.

Concede-me a saúde do corpo,

com o bom humor necessário para o manter.

Dá-me, Senhor, uma alma simples que sabe tirar proveito

de tudo o que é bom, e que não se assusta facilmente com

o pecado, mas encontra uma maneira de colocar

as coisas de volta em ordem.

Concede-me uma alma que não conhece o tédio, os murmúrios,

os suspiros e as lamentações e não

permitas que sofra excessivamente por esse ser tão

dominante que se chama: Eu.

Dá-me, Senhor, sentido de humor.

Concede-me a graça de entender as piadas,

para que eu possa conhecer na vida um pouco de alegria e

poder comunicá-la aos outros.

Assim seja.

3. Audácia e paixão

Deixe-me ensinar-lhe este ponto, mostrando como um cristão não deve ser. O maior obstáculo à evangelização é uma mentalidade de medo e falta de entusiasmo entre os cristãos ao falar sobre a sua fé. Podemos paralisar-nos por um excesso de prudência, sempre querendo jogar pelo seguro, sem nunca querer ficar muito longe da praia. Recusamo-nos a olhar a realidade nos olhos e, pelo contrário, somos tentados a fugir para um "espaço seguro".

Isto pode ter muitos nomes: individualismo, espiritualismo, vício, viver no "meu" mundo, rejeição de novas ideias e perspectivas, pessimismo, dogmatismo, etc. Somos como Jonas; não queremos ir aonde o Senhor quer que vamos. Mas Deus nunca tem medo. Ele é corajoso! É sempre maior do que os nossos planos e esquemas. Ele quer que sejamos ousados e tenhamos a coragem de fazer coisas que ninguém mais quer fazer, de dizer as coisas que ninguém mais quer dizer. Não digas: "Deixa as coisas como estão".

Peçamos a coragem de partilhar as nossas histórias cristãs com os outros e deixemos de tentar fazer da nossa vida cristã um museu de memórias. Não é que Jesus Cristo esteja à nossa porta a bater para O deixar entrar, é que Ele já está dentro de nós e chamando de dentro para O deixar sair da nossa antiquado autocentralidade.

4. Em comunidade

Um símbolo e indicador da nossa sociedade hoje é a forma como os mais jovens descem a rua, com auscultadores ligados, olhos no smartphone, absorvidos noutro mundo e ausentes do mundo à sua volta. A santidade não se vive sozinha, vive-se em comum com os outros. Isto é muito mais difícil, como vivenciamos nas famílias, nos locais de trabalho, na paróquia e até mesmo nas comunidades religiosas.

Isolar-me dos outros é o oposto da santidade. No casamento, cada cônjuge torna-se a fonte de santificação do outro. Uma pessoa santa é alguém que pode viver os mandamentos quando está com os outros. Santidade é também prestar atenção às pequenas coisas. Uma comunidade santa é aquela cujos membros prestam atenção às pequenas necessidades de todos. Um grande amor nas pequenas coisas. Deus está nos detalhes. Jesus pediu aos seus discípulos que prestassem atenção aos detalhes: que uma ovelha estava perdida, que a viúva oferecia duas pequenas moedas, que o óleo tinha que ser guardado para as lâmpadas caso o noivo se atrasasse, que o fogo fosse aceso e o peixe cozido enquanto esperava os discípulos ao amanhecer.

5. Em constante oração

Tu lembras quantas horas pode gastar a falar ou a escrever para aquela pessoa especial na tua vida? Como esta pessoa está sempre na tua mente? Bem, se esta outra pessoa é Deus, isto é oração. Se dizes que amas a Deus, mas não sentes que estás a falar com Ele, é amor verdadeiro? A santidade não se alcança sem ter uma ligação directa com Deus. Não é imperativo que as orações sejam sempre no sentido tradicional, usando fórmulas estabelecidas ou longas devoções. O importante é quanto tempo tu ficas sozinho com Deus, a conversar com Ele. Rezai sem cessar! É também oração para ficar quieto diante do fogo do Senhor e deixá-lo aquecer o teu coração. Estai tão próximos d'Ele que podeis pegar Seu fogo sem queimar!

A oração também é silêncio; é ler a Palavra de Deus e "lembrar" que Ele fez tudo por mim e pelos outros. Pense em sua própria história quando orar e encontrar misericórdia. A oração também é petição e intercessão. Torna-se um sinal da nossa dependência de Deus e também uma expressão do nosso amor pelos outros. Quando oramos pelos outros (mesmo aqueles de quem não gostamos), abraçamos suas vidas, seus problemas mais profundos, seu bem-estar e seus sonhos mais elevados. Na oração encontrareis forças para perdoar.

Finalmente, esta oração deve conduzir-nos à Eucaristia, para receber Jesus na Santa Comunhão. É aqui que o humano e o divino se encontram.