UM BARALHO DE CARTAS
O capelão dum quartel dava aulas de religião aos soldados. Um dia, reparou que um soldado estava distraído com um baralho de cartas, e mandou-lho meter no bolso.
No fim da aula, o soldado justificou-se dizendo que o baralho de cartas só lhe levantava o pensamento para Deus e exemplificou:
“O ás, lembra-me que há um só Deus criador do céu e da terra;
o dois, os dois Testamentos: Antigo e Novo;
o três lembra-me as três Pessoas da Santíssima Trindade;
o quatro, os quatro evangelistas;
o cinco, as cinco chagas de Cristo;
o seis, os seis dias da criação;
o sete, as sete dores da Nossa Senhora;
o oito, as oito bem-aventuranças;
o nove, as novenas para preparar as festas religiosas;
o dez, os dez Mandamentos da Lei de Deus;
a dama, lembra-me Nossa senhora;
o valete, lembra-me S. José que valia com o seu trabalho à Sagrada Família;
o rei, lembra-me o rei do Céu e da Terra a quem devemos servir, obedecer e adorar;
as 40 cartas, lembram-me os 40 dias de jejum que Jesus quis passar no deserto e os 40 dias da Quaresma;
e as 12 figuras, lembram-me os 12 apóstolos.
Veja, meu capelão, que o baralho só me eleva para Deus.