A Igreja Católica congrega, além dos dogmas e cânones
fundamentais, um conjunto significativo de conceitos, nomes e classificações.
Conhecê-los e entendê-los é muito importante.
Passados mais de dois mil anos da sua fundação, a Igreja
Católica congrega, além dos dogmas e cânones fundamentais, um conjunto
significativo de conceitos, nomes e classificações. Conhecê-los e entendê-los é
de grande valia para todo o católico e principalmente para o leigo.
A organização hierárquica costuma passar desapercebida ao
entendimento do fiel, tanto os nomes usados para as estruturas físicas, como a
ordenação dos cargos. Nada é por acaso, e sendo, como já referido, uma
instituição milenar, os parâmetros usados são bastante sólidos, pois a pedra
angular da qual tudo provém é Jesus Cristo.
Arcabouço
A começar pelo arcabouço, temos as seguintes diferenças:
Basílica – Igreja de grande porte, possuidora de relíquias de
alguns santos, e que possui grande influência sobre determinada região
geográfica, além de ter um acentuado carácter espiritual que exerce sobre
religiosos e leigos de uma jurisdição eclesiástica. Um exemplo bem conhecido é
a própria Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Catedral – São as Igrejas “mães” das Dioceses, ou seja, a
Igreja principal, que possui a liderança do Bispo, que exerce domínio sobre os
párocos das igrejas da sua diocese,
repassando, com a sua autoridade eclesiástica, as directrizes firmadas
pelo Papa.
Nas Catedrais costuma estar também a cripta, que é localizada
na parte subterrânea da Igreja, onde são sepultados os bispos diocesanos que
passaram pela diocese. A cripta é sobretudo um local de oração e silêncio.
Igreja – A igreja é o local da pregação dos ensinamentos de
Jesus Cristo. É o organismo visível da união entre Deus e os homens. O termo
“igreja” vem do latim ecclesia, que tem o sentido de “assembleia, reunião”. As
catedrais e basílicas também são igrejas, mas nem toda a igreja pode ser
considerada uma catedral ou basílica.
Capela – Templo que tem, normalmente, só um altar,
caracterizada pela sua modesta estrutura física, onde o padre exerce as suas
funções, normalmente de forma itinerante. A capela está subordinada e pertence
a uma determinada paróquia.
Paróquia – Subdivisão territorial que determina uma
comunidade de fiéis. De acordo com o Código de Direito Canónico, a paróquia
pode ser definida como: “uma determinada comunidade de fiéis, constituída estavelmente
na Igreja particular. O seu cuidado é confiado ao pároco, como seu pastor
próprio, sob a autoridade do bispo diocesano”.
Santuário – Igreja ou paróquia digna de apreço pelas
relíquias que contém, normalmente do padroeiro de uma cidade ou Estado, pela afluência
de devotos ou sinais visíveis de grandes graças aí obtidas. O local ganha esse título por ser preparado e
específico para a peregrinação, na busca dos sinais da experiência de fé,
porque ali acolhe muitas pessoas para celebrações eucarísticas, para o
atendimento sacramental, para o aconselhamento, sendo um local de afluxo de
peregrinos e de romarias.
Hierarquia
Quando falamos de hierarquia da Igreja Católica acerca dos
cargos e o modo de autoridade que cada um exerce, há um desconhecimento ainda
maior, gerando, em muitos casos, até mesmo um preconceito pela análise
equivocada dos motivos que sustentam toda a organização. Portanto, antes de
fazer qualquer juízo de valor, é necessário primeiramente ter conhecimento da
estruturação institucional da parte visível da Igreja e perceber que toda essa
engrenagem tem como válvula mestra o projecto de salvação inaugurado por Jesus
na Cruz Redentora.
Facto é que essa hierarquia tem fundamento nas Sagradas Escrituras
e à frente de todo este grupo, encontra-se Pedro, escolhido pelo próprio
Cristo, como chefe da Igreja Católica. Tal primado possui como fundamento o facto
de que, tendo Jesus constituído os Apóstolos como enviados seus para pregar o
Evangelho, para que o mesmo permanecesse uno e indiviso em si, apesar de serem
muitos os anunciadores, Cristo instituiu o princípio e o fundamento perpétuo e
visível da unidade de fé e de comunhão da Igreja. Com isso, Pedro torna-se
vigário de Cristo, cabeça visível da Igreja, e, unido aos apóstolos, é quem
governa a casa de Deus vivo.
A Igreja Católica foi fundada sobre uma pedra, é fincada numa
só raiz, num só chão, mas a sua configuração e estruturação deveriam chegar a
todo o lugar, até aos confins da Terra. E, para tanto, era necessário um
ordenamento.
Assim, se tomarmos, como exemplo, um bispo católico ordenado
de uma diocese qualquer, vermos qual foi o bispo que o ordenou, e seguirmos
numa regressão sucessiva na pesquisa de qual bispo ordenou qual bispo no
passado, chegaremos, sem sombra de dúvida, até aos Apóstolos. Todos os Bispos
sucedem aos Apóstolos como pastores da Igreja; quem os ouve, ouve a Cristo;
quem os despreza, despreza a Cristo e Aquele que enviou Cristo (cf. Lc. 10,16).
Funções
Antes de delimitarmos, de modo claro, os diferentes graus da
hierarquia da Igreja Católica convém salientar que, no que concerne à dimensão
do Sacramento da Ordem, há somente 3 graus: primeiro grau, o diaconado; segundo
grau, o presbiterado; e, terceiro grau, a plenitude do sacramento, que é o
episcopado. Agora, vamos às funções:
Papa – O bispo da Igreja de Roma, no qual perdura o múnus
concedido pelo Senhor singularmente a Pedro, primeiro dos Apóstolos, para ser
transmitido aos seus sucessores, é a cabeça do Colégio dos bispos, Vigário de
Cristo e aqui na terra Pastor da Igreja católica
Bispos – por divina instituição, são os sucessores dos
Apóstolos, e são, por isso, os pastores da Igreja. São eles os mestres da
doutrina, sacerdotes do culto sagrado e ministros do governo. A sua missão de
ensinar, governar e santificar a Igreja só pode ser exercida dentro da comunhão
hierárquica com a cabeça da Igreja e com os membros do Colégio. Os bispos são
chamados diocesanos caso lhes seja entregue os cuidados de uma diocese. Os outros
são chamados titulares. Quem nomeia e escolhe os bispos é o próprio Papa, ou, é
ele quem confirma os que foram legitimamente eleitos.
Arcebispos – é o bispo que preside à província eclesiástica
metropolitana (cf: CIC 435). São, em geral, as dioceses mais antigas das quais
surgiram outras dioceses menores. O arcebispo tem um papel mais de honra e de
organização, e, eventualmente, quando as circunstâncias o exigirem, é chamado a
intervir nas chamadas dioceses sufragâneas (dioceses vizinhas à arquidiocese,
que participam de uma mesma província eclesiástica).
Presbíteros – Constituem estes o segundo grau do sacramento
da ordem. Os presbíteros possuem a dignidade de agir, de modo íntimo, in
persona Christi, ou seja, na administração dos sacramentos, sobretudo na
Celebração do Santo Sacrifício da Missa e no Sacramento da Confissão. Dentro do
presbiterato há, sobretudo nas dioceses, alguns títulos que são, na sua
maioria, títulos honoríficos ou que designam uma função específica na diocese,
como o Pároco, que é o pastor próprio da paróquia a ele confiada. É o
responsável, administrativamente, canonicamente e espiritualmente, pelo
pastoreio do território a ele confiado. (cf. CIC 519).
Diáconos – O primeiro grau da ordem, diaconal, tem raízes,
também, na própria Escritura e Tradição. Ora, em Atos dos Apóstolos vemos a
eleição dos sete primeiros diáconos, tendo já lá, por ministério e função, a
assistência aos órfãos, às viúvas e aos pobres, e o serviço à mesa, para que os
apóstolos e os anciãos não descuidassem a oração e a pregação da Palavra.
Conhecer a estrutura da instituição na qual o católico se
insere e defende também é missão no combate contra falácias propagadas que só
visam o esmorecer da Igreja. E o conhecimento é arma poderosa contra o mal.