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Curiosidades

Será que tenho compulsão por compras?

Em certas épocas do ano, somos inclinados a gastar mais do que normalmente gastamos. Os MCS, o comércio e a nossa remuneração levam-nos a esse gasto. Com isso, é aquele “entra e sai” da loja dos sapatos, da roupa, perfumaria, acessórios e até supermercados, sempre com uma sacola. Alguns até com o discurso de que estão a comprar “porque merecem”, porque trabalham o ano inteiro; outras que se escondem e dizem que não estavam a poder comprar, mas precisavam de uma roupa nova. Será que a compulsão por compras é uma doença? Falta de vergonha na cara? Falta de planeamento orçamental? Vamos falar sobre este tema.

Tu possuis uma preocupação excessiva e/ou perda de controle sobre o acto de comprar? Tens notado um aumento progressivo do volume de compras? Percebes que há tentativas frustradas de reduzir ou controlar as compras? Tens comprado para lidar com a angústia ou outra emoção negativa? Envolveste-te em mentiras para encobrir o descontrole com compras? Notaste prejuízos nos âmbitos social, profissional e familiar? Apresentas problemas financeiros causados pelas compras?

Será que tenho compulsão por compras?

Entendamos a compulsão por compras como patologia

Sê honesto ao responder a estas perguntas. Tu enquadras-te em quantos deles? Não preciso ter 100% de aprovação nessas perguntas; 50% positivo já diz que existe um comportamento por compras disfuncional. Tu podes estar a ser acometido por uma doença psíquica e não sabes disso.

O pensamento intrusivo surge sem que haja o desejo e aprovação da pessoa e invade a nossa mente. Não conseguindo desviá-lo, a pessoa acaba por se entregar ao acto compulsivo para obter o alívio, o que gera um sentimento de culpa, sofrimento e arrependimento por saber que cedeu ao seu pensamento e que não poderia ter comprado, mas que não é suficiente para inibir a próxima compulsão.

O acto de comprar dá-se pelo desejo

Ao responder a este pensamento (obsessivo) intrusivo, são liberados, imediatamente, neurotransmissores (cérebro) que produzem a sensação de prazer e alívio. Fechando este ciclo, ele repete-se, constantemente, pela necessidade de responder a esta voz, que são os pensamentos intrusivos, configurando-se num acto compulsivo. Podemos notar, então, que se trata de uma patologia, que não é tão simples, e exige uma intervenção em três áreas disfuncionais diferentes: impulsividade, obsessão e compulsão.

Podemos compreender que a compulsão é um comportamento repetitivo e incontrolável, que podemos adquirir de qualquer coisa, por comida, drogas, álcool, sexo, cigarro, trabalho, actividade física ou compras. Nesse caso, o acto de comprar dá-se pelo desejo e não pela necessidade.

Cuidado com a tentação das liquidações

Para quem tem compulsão por compras, ir aos centros de compras em época de liquidação e datas comemorativas é um grande perigo. É preciso fugir do perigo, porque o facto de saber que está em promoção, independente do quanto de desconto aquela loja oferece, já é um grande atractivo para o compulsivo. Quantos consumiram muito mais pela força da propaganda do que pela necessidade do produto. E os exageros das festas de fim de ano? Roupas e brinquedos caros que enchem os olhos e realizam sonhos no Natal!

A disposição das mercadorias nas montras, as cores, os produtos (…), todas as coisas são apresentadas de forma a atrair o olhar do consumidor. No entanto, há uma parcela da população que é atraída com maior facilidade, por terem este transtorno consciente ou inconscientemente. É preciso ter consciência do que tu és, das tuas limitações, para que possas lutar contra elas de forma adequada e com um poder de força maior por conhecer o “inimigo”.

Qual é a causa desta compulsão?

Infelizmente, não é como uma receita de bolo, que tem os seus ingredientes e preparo bem descritos. Na psicologia, é preciso sempre averiguar a história da pessoa, pois pode ser que a raiz do problema seja fruto de um processo traumático vivido numa determinada etapa da vida, que hoje, na vida adulta, se apresenta assim. Esta resposta é um mecanismo de defesa adquirido por consequência de um quadro de vulnerabilidade emocional, ansiedade, sentimento de perda ou até mesmo um comportamento aprendido, que é accionado quando se sente ameaçado. Este comportamento, normalmente, vem associado também a um transtorno de humor; no caso, depressão, ansiedade e fobia podem estar associados ou não. Inicialmente, o que se deve fazer é fugir da ocasião que o leva à compulsão, entrar nas lojas apenas se verdadeiramente houver necessidade de compra e aprender a responder aos pensamentos intrusivos para os dominar.

As respostas precisam de ser coerentes e reais, para serem capazes de modificar o pensamento – o que não é fácil –, pois ele é imaginário e potente. Pode ser que sozinho não consigas resistir e responder aos teus pensamentos, por isso o ideal é procurar ajuda psicológica para que um profissional te auxilie a vencer essa limitação.

O acto de comprar pode sim gerar prazer. A questão está em alimentá-lo com grande frequência, tendo, por vezes, comportamento impulsivo, caindo num ciclo vicioso, e que a pessoa perde o controle. Diante deste cenário e vivendo tempos de crise, lanço uma pergunta: Estou a poder consumir tanto quanto tenho o costume? Ou será que não estou a conseguir controlar os meus impulsos e acabo por comprar mais do que deveria e poderia?

Aline Rodrigues

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