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O Demónio existe

Satanismo, expressão da precariedade da sociedade,

afirma o Pe. Arboleda, especialista do Observatório Pastoral do CELAM

Nos últimos anos, o fenómeno do satanismo reapareceu em formas convidativas. Um especialista no tema, Pe. Carlos Arboleda, do observatório Pastoral do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), explica como o satanismo se converteu numa expressão da precariedade da sociedade.
Para compreender melhor o satanismo activo, ele classifica-o em três categorias: satanismo de adolescentes, satanismo ácidoe satanismo racionalista.
- O satanismo de adolescentes é próprio de pessoas nessa fase de idade, que formam grupos satânicos, ainda que não conheçam nada sobre o satanismo.
Os pré-adolescentes ou adolescentes fazem isto por curiosidade e movidos por uma busca de identidade e de auto-afirmação frente aos adultos. Geralmente estão em busca de afectividade e socialização. Costumam reunir-se às sextas-feiras à noite, tomar bebidas alcoólicas, ouvir rock e, com algum iniciado no satanismo, vão aprofundando no conhecimento da filosofia do grupo. Às vezes, se há algum adulto, é ele quem os inicia em actos imorais; esse adulto geralmente tem dificuldades psicológicas ou éticas.
- O satanismo ácido reúne pessoas que já executam actos mais graves, como consumo de drogas, actos sexuais e orgias e possivelmente delitos. Geralmente são jovens com alguma conduta desviada, que escolhem esse comportamento como uma forma de agregar-se e de expressar poder diante do seu grupo social. Frequentemente não conhecem a teoria do movimento satânico, mas utilizam esse nome para gerar temor ou medo entre as pessoas.
- O satanismo racionalista é próprio de pessoas cultivadas intelectualmente, que geralmente leram obras de Nietzsche e Crowley. O seu satanismo é fruto de uma opção pessoal e de uma filosofia de vida. São pessoas comuns e correntes, não realizam necessariamente rituais e não entram em conflito com o grupo social em que estão; simplesmente não concordam com os convencionalismos culturais, religiosos ou legais da sociedade actual. Este seria o autêntico satanismo com motivações filosóficas.
Diante desta realidade, apresentam-se 2 interpretações. Uma, anti-satânica, que acredita que o satanismo é como uma máfia que organiza um complô contra os bons costumes, contra a Igreja e contra as religiões. Cria-se um rumo-pânico que produz notícias alarmantes. Por outras palavras, seria o flagelo apocalíptico do anticristo feito realidade.
Trata-se de um exagero, levado a cabo dentro de grupos fundamentalistas cristãos, ainda que haja, efectivamente, actos cometidos por grupos satânicos, mas não na proporção que eles calculam.
A outra interpretação leva a uma atitude mais crítica e mais real. O satanismo não é a obra-prima da multinacional do mal, mas a expressão da precariedade da sociedade.
A falta de afecto na família e a destruição da mesma, a marginalidade e a exclusão social e o vazio de uma sociedade competitiva, consumista e individualista são a matéria-prima do satanismo.
«Os adolescentes que crescem sem a presença dos pais, os jovens que não tiveram oportunidades na vida e a falta de uma genuína experiência religiosa em um meio voraz criam bases para o surgimento da ideologia satânica, como meio compensador de carências ou expressão dessa carência», conclui o Observatório Pastoral do CELAM.

 

 

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