Os registos gregos mostram como a sua terra natal Tiro, na Fenícia, hoje conhecida como Tunísia, enquanto os latinos citam Bolsena, na Toscana, Itália.
Estes relatos do antigo povo cristão contam que o pai de Cristina, Urbano, era pagão e um oficial do Império, que ao saber da conversão da filha, queria obrigá-la a renunciar ao Cristianismo. Por isso, decidiu trancar a filha numa torre na companhia das doze servas pagãs.
Para mostrar que não abdicava da fé em Cristo, Cristina despedaçou as estátuas dos deuses pagãos existentes na torre e atirou da janela abaixo as jóias que as adornavam, para que os pobres pudessem aproveitá-las. Quando tomou conhecimento do feito, Urbano mandou chicoteá-la e prendê-la num cárcere. Nem assim conseguiu a rendição da filha e, por isso, a entregou aos juízes.
Cristina foi torturada terrivelmente e depois lançada numa cela, onde três anjos celestes limparam e curaram as suas feridas. Como solução final, o governante pagão mandou que lhe amarrassem uma pedra ao pescoço e a lançassem num lago. Novamente os anjos intervieram: sustentaram a pedra que ficou a boiar à superfície da água e levaram a jovem até à margem do lago.
As torturas continuaram: Cristina foi novamente flagelada, depois amarrada a uma grade de ferro quente e colocada numa fornalha superaquecida, mordida por cobras venenosas e teve os seios cortados, antes de finalmente ser morta com duas lanças trespassando o seu corpo.
Cristina tinha pouco mais de 20 anos quando faleceu, mas ressuscitou durante a Missa de corpo presente.
Segundo Tiago de Vitry, cronista sério que a conheceu pessoalmente, "já estava morta há muito tempo, mas conseguiu a graça de retomar corpo, a fim de sofrer o seu Purgatório cá na terra".
A sua vida, depois deste maravilhoso episódio, foi repleta de milagres e fenómenos misteriosos.
Morreu pela segunda vez, com mais de 70 anos de idade, num convento no qual levou sempre vida exemplar.