Curiosidades
Sacerdócio e Eucaristia: unidos pela misericórdia
- 11-09-2009
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O povo tem o direito de ver Jesus Cristo na pessoa do sacerdote
Estamos a celebrar o Ano Sacerdotal proclamado pelo Papa Bento XVI, iniciativa que teve início no último dia 19 de Junho na Festa do Sagrado Coração de Jesus. Pensando neste mistério de vocação que é o sacerdócio, imediatamente penso para que é que esta vocação foi feita.
O sacerdócio foi feito para a Eucaristia. O padre existe para a Eucaristia e ambos existem para a salvação do povo. Jesus, com o Coração mais generoso que a face da terra já viu, deu-nos dois grandes presentes. Na Última Ceia, antecipando a Sua doação total, mesmo diante da traição e do mistério de dor pelo qual teria de passar para salvar o mundo das trevas do pecado e da morte, entrega aos discípulos o Sacramento do Amor: A Eucaristia. “A Santíssima Eucaristia é a doação que Jesus Cristo faz de si mesmo, revelando-nos o amor infinito de Deus por cada homem. Neste Sacramento admirável, manifesta-se o amor maior: o amor que leva a dar a vida pelos amigos” (Bento XVI).
O sacerdócio e a Eucaristia nascem do mesmo lugar, das fontes misericordiosas do Coração de Jesus! Nesse dia o Mestre “divide” o Seu sacerdócio com os Apóstolos e faz deles ministros do Sacramento do Amor, ministros do perdão, ministros da misericórdia. O vínculo intrínseco entre a Eucaristia e o Sacramento da Ordem é deduzido das próprias palavras de Jesus no Cenáculo: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22,19). Nós sacerdotes usamos as mesmas palavras de Jesus quando instituiu o mistério de amor, porque somos os primeiros a estar no lugar de Cristo Jesus para a salvação do mundo. Portanto, o sacerdócio é um movimento Divino do Amor de Deus Pai, que continua a agir na Sua Igreja em todo tempo e o tempo todo. Onde existe um sacerdote, há a possibilidade do amor e da misericórdia de Deus se manifestarem pelo homem.
“Tudo posso naquele que me dá força” (Filipenses 4,13). A força do sacerdócio não vem de nós mesmos, mas a força do sacerdote vem da fonte pela qual ele oferece todos os dias torrentes de “Água Viva” ao povo fiel e sedento desse amor, que é Jesus. Devemos procurar a força para exercer a vida como ministros deste Sacramento nas palavras que dirigimos todos os dias ao Pai: “Tomai e comei, isto é o meu corpo; tomai e bebei isto é o meu sangue, sangue da nova e eterna aliança, para a remissão dos pecados, fazei isto em memória de mim!” As mesmas palavras de Cristo são fonte de vida, de salvação em primeiro lugar para o sacerdote, alimento substancioso para a nossa intimidade com o Senhor e para servir o povo de Deus, que procura no sacerdote não ele mesmo, mas Jesus Cristo, o seu Salvador.
O saudoso Papa João Paulo II disse aos sacerdotes em sua última carta na Quinta-feira Santa de 2005: “O povo tem o direito de ver Jesus Cristo na pessoa do sacerdote”. Estas palavras do Santo Padre ficaram gravadas em minha alma como uma missão, apesar de ser pecador e cheio de limitações como todo homem, eu não sou um homem comum, eu sou ministro do Sacramento do Amor e da Misericórdia. Cristo hoje e na Última Ceia se depôs do manto, sinal de Sua dignidade de Senhor, de Rei, para servir aos discípulos, para lavar os seus pés; esse gesto de humildade revela o caminho que o discípulo deve seguir: imitar o Mestre: “Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais à mesma coisa que eu fiz”. “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (cf. Jo13, 1-15). Aos sacerdotes, hoje, felicidades, força e que eles saibam que não estão sozinhos, pois disse o Senhor: “Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim dos tempos!”.
Oração: Jesus sumo e eterno Sacerdote, dai-me a graça como padre de viver como o Senhor viveu e ser para o Vosso povo sinal vivo de Vossa misericórdia.
Maria, mãe dos sacerdotes, quero sempre estar sob os teus cuidados na protecção do teu manto de mãe, pois sou o teu filho predilecto. Quero estar imerso nestes dois mistérios para os quais eu fui feito: Sacerdócio e Eucaristia para que eu seja ponte para os meus irmãos do Amor misericordioso de Deus. Dá-me a graça da fidelidade de Cristo.
Eu sou feliz e realizado na minha vocação como sacerdote.