O Cardeal Pie, arcebispo de Poitiers, na França, costumava contar:
"Conheci perfeitamente um rapazinho pobre, nascido na aldeia humilde de Chartres. Desejava muito ser sacerdote, mas os seus pais diziam-lhe que não era possível, porque não tinham dinheiro para pagar o seminário.
Certa vez, o pequeno entrou na Sé. Ao presenciar as cerimónias, tornaram-se mais fortes os desejos de ser sacerdote, mas... como consegui-lo?
Sem ser capaz de conter a tristeza, desatou a chorar. Ao sair da igreja uma mulher, que vendia flores na praça, fixou-o e disse-lhe:
- Ó meu menino, porque choras? Que te fizeram?
Os soluços impediam-no de responder. Por fim falou,como quem confia um segredo:
- Eu queria ser sacerdote, mas não tenho quem me ajude.
- Não te aflijas, filho, eu te ajudarei.
E assim foi. A vendedeira de flores trabalhava durantetodo o dia e gastava muitas horas da noite a costurar. Com o dinheiro que ia juntando, ajudou a pagar os estudos daquele rapazinho.
A vendedeira de flores já morreu. Os anjos levaram-na para um lugar muito alto no céu. O seu protegido vive e trabalha pela salvação das almas. Vós conhecei-lo. O pobrezinho que chegou a ser sacerdote, graças aos sacrifícios de uma santa mulher, sou eu, o vosso bispo”.