Curiosidades
Nobel de Medicina e agnóstico rende-se à Virgem: "Os milagres de Lourdes são inexplicáveis"
- 14-02-2020
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Danila
Castelli é uma mulher italiana que sofria de grave hipertensão e, após visitar
Lourdes em 1989, ficou completamente curada. Este caso ficou conhecido como o
milagre oficial número 69 a ser reconhecido pela Igreja Católica neste
santuário mariano desde a aparição da Virgem à jovem Santa Bernadette, em 1858.
Desde aquela
data registaram-se mais de 7 mil curas "inexplicáveis"em Lourdes,
ainda que apenas umas dezenas tenham sido consideradas milagre, tendo em conta
as rigorosas condições estabelecidas para o estudo de cada caso.
No entanto,
o debate sobre as aparições e curas em Lourdes dura há décadas, e o desprezo e
as críticas dos ateus mais beligerantes contrastam com o respeito e
consideração de profissionais de reconhecido prestígio, face a um fenómeno
religioso que não deixa ninguém indiferente. Como exemplo, cite-se o Prémio
Nobel da Medicina, e Prémio Príncipe de Astúrias, Luc Montagnier. Este médico francês
tornou-se famoso por ter descoberto o vírus do HIV bem como outros importantes
contributos para a ciência.
É de extremo
interesse conhecer a opinião de este reconhecido cientista, e ex-director do
Instituto Pasteur, acerca de Lourdes, um lugar que exige ter uma enorme fé.
Esta opinião ficou registrada no livro que recolhe os diálogos entre Montagnier
e o monge cisterciense Michel Niassaut, sob o título Le Moine et le Nobel.
“Não há por
que negar nada”
Num momento
específico, a conversa versou acerca das curas inexplicáveis em Lourdes. Que
opinião teria um Nobel da Medicina e não-crente sobre o assunto? A sua resposta
significaria um exemplo de coerência para o mundo da ciência. “Quando um
fenómeno é inexplicável, se realmente existe, não há necessidade de negar
nada”, afirmou peremptoriamente Luc Montagnier. E continuando neste sentido, o
Nobel da Medicina assegurou que “nos milagres de Lourdes há algo inexplicável”.
Além disso,
Montagnier critica a conduta de alguns dos seus colegas, e diz neste livro que
“muitos cientistas cometem o erro de rejeitar o que não entendem. Não gosto
dessa atitude. Frequentemente cito a frase do astrofísico Carl Sagan: A
Ausência de prova não é prova de ausência”.
“Os Milagres
são inexplicáveis” Neste sentido, acrescentou ,“relativamente aos milagres de
Lourdes que estudei, creio que realmente se trata de algo inexplicável (…) Não
consigo entender estes milagres mas reconheço que há curas que não estão
previstas no estado actual da ciência”.
Tendo sido
quem descobriu o vírus do HIV, Montagnier teve uma enorme relevância na segunda
metade do século XX e, apesar das críticas tradicionais do mundo anticatólico
referentes ao posicionamento da Igreja face à Sida, este cientista louva o
papel do mundo católico face a estes dramas.
“Colaboração
com a Igreja”
De facto,
relata que “o meu colega dos Estados Unidos da América, Robert Gallo, teve uma
audiência com o Papa (João Paulo II), tentando perceber qual o modo em que
seria possível aumentar a nossa colaboração com as equipas que trabalham na
sombra nas missões Católicas em África. Ali tratam-se pessoas infectadas com
Sida e faz-se prevenção contra a propagação do vírus”.
Este
importante, e muitas vezes esquecido, trabalho, é muito destacado por este
Prémio Nobel. “As ordens religiosas cristãs têm um papel muito positivo no
cuidado dos doentes. Reconheço que, no âmbito da atenção hospitalar, a Igreja
foi pioneira”.
O trabalho
vital da Igreja contra a Sida
“Pude
contactar de perto, ao longo destes largos anos de investigação sobre a Sida, e
sobretudo ao princípio, com pacientes condenados a uma morte inevitável.
Frequentemente, a fé e proximidade da Igreja ajudaram-nos a fazer frente à
doença, e com que cada doente não se sentisse abandonado. Foi por esta
experiência que sempre reconheci a contribuição pioneira e inestimável da
Igreja no campo da atenção hospitalar”, afirmou o cientista francês.
A estima do
agnóstico Montagnier pela Igreja é grande. Inclusivamente ofereceu-se, e ajudou
a João Paulo II, a travar o avance de Parkinson de que sofria. Na sua opinião,
se os valores cristãos prevalecessem no mundo, o planeta ganhara imenso. “Há
2000 milhões de cristãos, de entre os quais 1100 são católicos. Os seus bons
sentimentos fazem-se presentes” mas não são os que governam o mundo. Seria bom,
considera, que o amor ao próximo conduzisse o mundo.
A relação de
outro prémio Nobel com Lourdes
No entanto,
Montagnier não é o único Prémio Nobel em relação com Lourdes. Muito mais longe
foi Alexis Carrel, Nobel de Medicina em 1912. De facto, a sua relação com estas
curas levou-o, inclusivamente, à conversão ao catolicismo. Em 1903 Carrel era
um jovem médico ateu. Quando um colega que iria acompanhar como médico a um grupo
de peregrinos a Lourdes não pode ir, pediu-lhe que fora ele a substituí-lo.
Aceitou ir somente para comprovar pessoalmente a falsidade dos milagres que se
atribuíam naquele lugar. Mas ali, justamente, assistiu pessoalmente a um deles,
facto que transformou a sua vida. Visitou uma mulher tuberculosa moribunda.
Observou e analisou todos os sintomas. Sem sombra de dúvida, morreria em breve.
O Milagre
produziu-se diante dos seus olhos. Saiu das piscinas e tudo tinha desaparecido.
Este facto produziu a sua conversão, que narrou num livro que originou um
escândalo para o naturalismo céptico dominante naquele tempo em França.