NATAL! É NATAL!
"Natal é quando o homem quiser". E se o homem nunca quiser? Nunca será Natal? O prólogo do Evangelho de S. João que se lê na Missa do Dia de Natal diz, pelo contrário, que a Luz brilha nas trevas sem que estas a possam apagar. Que o Verbo veio para os seus e que, não obstante a recusa destes em recebê-Lo, nem por isso deixou de vir, de se fazer carne e de habitar entre nós.
O Natal é mais do q os nossos sentimentos ou falta deles. Não se reduz a um efeito de luzes e sons. Nem se limita a um jogo de prendas dadas e recebidas.
O Natal cristão, o Natal que importa celebrar, é o Natal - o nascimento - de Alguém, o nascimento de Jesus, do Menino-Deus.
Não foi quando o homem quis, nem é todos os dias. Foi quando Deus quis, num momento determinado.
O nosso Natal é de facto singular, surpreendente, maravilhoso. Não o poderíamos inventar nem produzir, ao contrário destes outros, vagos e indefinidos que andam por aí e até se podem comprar.
Deus nasceu Menino, pobre, a pedir cuidados e carinhos, a inspirar afectos.
É este o Natal de Jesus, o Salvador do Homem e do Mundo.
O nascimento de Jesus não se repete, mas precisamos de o celebrar repetidamente no ritmo do ano, sempre de uma forma renovada.
Temos de o festejar.
Estamos no Natal, na noite em que nasceu Jesus! Há precisamente dois mil e dezanove anos!
Os Evangelhos não relatam a data em que nasceu o Salvador, o que nos torna impossível marcar o dia do Seu nascimento.
Foi o Papa Júlio I, (no ano 354?), que determinou que os cristãos deveriam comemorar o nascimento do Menino a 25 de Dezembro de cada ano.
Que importância tem que Jesus não nascesse em Dezembro? O que é certo, é que Ele nasceu. O que é certo, é que Ele é o Filho de Deus. Isso é que importa!...
Em 1223 o Santo de Assis (São Francisco), num terno gesto de Amor, resolveu reconstituir (em Gréccio) o nascimento de Jesus, fazendo o que nós hoje chamamos Presépio, rezando, cantando e louvando em seguida o Menino, na presença de muitos aldeões.
Caros amigos, depois de há dias termos festejado com muita alegria a grande Festa da Mãe Imaculada, Rainha e Padroeira Principal de Portugal, esta mesma Mãe Virgem e Imaculada, dá-nos hoje o seu Filho primogénito.
Primogénito quer dizer primeiro, porq Nossa Senhora teve muitos filhos e tem cada vez mais. Depois de ter Jesus, tem-nos agora a nós todos.
Caros amigos, não andemos distraídos, nestes dias. Concentremo-nos.
Deus fez-Se Emanuel, isto é, "Deus connosco". Natal é a chegada definitiva da Vida em plenitude; da chegada do Amor na sua verdade plena para a felicidade real da humanidade.
Sim, caros amigos, o nascimento de Jesus Cristo para nós é uma solene celebração na Fé. E celebrar na Fé o santo Nascimento de Jesus Cristo, é crer na vida humana.
É saber que o Natal é Fé e esperança na vida. É esperança para os pobres. É alegria para os tristes. É paz para os aflitos. É justiça para os que sofrem injustiça. É amor para os não amados. É salvação para os justos e pecadores. É misericórdia para os misericordiosos.
Sim, Natal é vida em Cristo! É sentido na vida! É PAZ na terra a todos os que procuram a PAZ, que é Ele.
Cristo fez-Se homem para que saibamos como viver uma vida feliz. Portanto, caros amigos: corações abertos e não fechados.
Ainda há dias um político dos nossos, dizia para uma Rádio: "eu não sou crente, mas o futuro a Deus pertence". Este homem, mais um, diz que não acredita, mas logo a seguir diz que Deus é quem manda em tudo e em todos.
Não nos envergonhemos de sermos homens completos, de corpo e de alma,
não nos envergonhemos de reconhecer que Deus se fez homem, para que o homem se faça Deus.
Não nos envergonhemos de reconhecer que Deus se fez homem para que todos um dia, quando Ele bem entender, nos possamos juntar a Ele e, com Ele vivermos para sempre. Ele veio para salvar a todos.
Que ninguém se ponha de fora. E façamos ouvir o nosso grito de Fé no valor da vida humana, no seu valor sagrado, o primeiro direito entre todos os direitos humanos.
Alegres e agradecidos, digamos: viva a vida humana assumida por Deus!
Se assim não for, nada significam os presentes materiais, pois - fechados em nossos corações - rejeitamos o Presente maior do Pai, que é Jesus Cristo.
Caros amigos, não aceitemos viver num mundo de trevas, mas entremos, cheios de ardor, num mundo novo, cheio de luz, nascido em Belém. Sejamos como a Mãe que acolheu com total amor a Jesus!
Desejo a todos Boas festas de um Natal cristão.