Não tenho namorado
Quem de nós não se lembra da turma do colégio, com a qual brincávamos e partilhávamos muitas horas de alegria e descontracção, no cinema, nas festas, entre outras actividades. Com o passar do tempo, muitos destes amigos, pouco a pouco, foram encontrando alguém e começaram a namorar.
Mesmo sem querer admitir, quem não teve a mesma sorte, muitas vezes, sentia-se como um “patinho feio”, sobretudo nas ocasiões em que o relacionamento vivido não foi tão duradouro como gostaria.
A partir dessa realidade muitas interrogações começam a aparecer; e tudo é motivo para acreditar que aquilo que o faz sentir-se um “solteirão” ou “solteirona” é a idade, a obesidade, a beleza que não é igual à de fulano (a), a condição social e financeira, entre outras coisas.
Na juventude, o que importava era namorar o (a) mais bonito (a) da escola. Naquela época, isto significava o “prémio” diante dos amigos. Para aqueles que se deixam envolver por um conceito desvirtuado sobre os seus relacionamentos, mal podem entender o que realmente buscam viver com a participação de uma pessoa na sua vida. E num sentimento egoístico, facilmente enquadram as pessoas, que deles se aproximam, segundo os conceitos das suas paixões. Aquilo que foi importante para um rapaz, ou uma rapariga, ontem, pode não ter significado algum, no dia seguinte.
Hoje, aprendemos a ver o namoro por meio de uma faceta diferente dos valores sustentados por uma cultura que, facilmente, afecta a percepção dos menos avisados. Entendemos que a presença de um amor nas nossas vidas contribui para que as sementes das nossas qualidades e virtudes floresçam. Isto significa que a participação da namorada na vida do namorado deverá provocar nele o desejo de ser melhor a cada dia, e vice-versa.
Encontrar alguém que corresponda às nossas expectativas, muitas vezes, exigirá paciência para o ajudar a perceber aquilo que já entendemos e esperamos a respeito da vivência do namoro. E noutras ocasiões será necessário que baixemos as possíveis e demasiadas exigências de uma perfeição, a qual também não possuímos, mas que aplicamos aos outros.
Para aqueles que celebram o Dia dos Namorados dando os parabéns aos amigos, talvez, se achem incapazes de viver um namoro. Entretanto, buscar uma pessoa somente para ter companhia, sabendo que esta não manifesta interesse em estabelecer valores comuns, além de não trazer a realização para o relacionamento como deveria ser, também vai impedir que o seu verdadeiro pretendente se apresente.