O texto abaixo foi entregue pelo professor de Ética e Cidadania a todos os alunos da sala de aula para que o entregassem aos seus pais. A única condição foi de que cada aluno ficasse ao lado dos pais até que terminassem a leitura.
Nos dias de hoje, sementes plantadas como a deste professor, creio que devem ser conhecidas, afinal, o futuro pertence às nossas crianças e somos nós que as orientamos para a vida!
O referido texto foi publicado no Brasil, por ocasião da morte estúpida de duas jovens ambas de 16 anos. Depois de 13 dias desaparecidas, as mães revelaram desconhecer os proprietários da casa onde as filhas tinham ido passar o fim-de-semana. A tragédia abalou a opinião pública e o crime permanece sem resposta.
Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu hei-de dizer-lhes:
- Eu amei-vos o suficiente para ter perguntado onde ides, com quem ides e a que horas regressareis.
- Eu amei-vos o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vós soubésseis que aquele novo amigo não era boa companhia.
- Eu amei-vos o suficiente para vos fazer pagar os rebuçados que tirastes do supermercado ou revistas do jornaleiro, e vos fazer dizer ao dono: "Nós tirámos isto ontem e agora queríamos pagar".
- Eu amei-vos o suficiente para ter ficado de pé junto de vós, duas horas, enquanto limpáveis o vosso quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
- Eu amei-vos o suficiente para vos deixar ver além do amor que eu sentia por vós, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
- Eu amei-vos o suficiente para vos deixar assumir a responsabilidade das vossas acções, mesmo quando os castigos eram tão duros que me partiam o coração.
- Mais do que tudo, eu amei-vos o suficiente para vos dizer não, quando eu sabia que vós me poderíeis odiar por isso (e nalguns momentos até odiastes).
Estou contente, venci. Porque no fim, vós vencestes também! E um dia, quando os meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má, os meus filhos vão dizer-lhes:
- "Sim, a nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...".
As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas.
As outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batatas fritas e sorvetes ao almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.
E obrigava-nos a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam os seus filhos comerem ao mesmo tempo que viam televisão.
Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (ligava para o nosso telemóvel de madrugada e espiolhava os nossos e-mails). Era quase uma prisão!
A mãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que fazíamos com eles. Insistia, que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela "violava as leis do trabalho infantil". Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar as nossas coisas, esvaziar o lixo e fazer todo o tipo de trabalho que achávamos cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, a pensar em coisas para nos mandar fazer. Insistia sempre connosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata! Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava-se para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).
Por causa da nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência:
- Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, nem roubos, em actos de vandalismo, nem fomos presos por nenhum crime.
FOI TUDO POR CAUSA DELA!
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "PAIS MAUS", como ela foi.
EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS!
Para meditação: "Instrui o filho no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele." Provérbios 22:6