Fim de ano ou fim do mundo?
Dezembro chegou, e com ele algo surpreendente nos avassala: a “crise do fim do mundo”. Como assim “fim do mundo”? Você já deve ter tido a impressão de que Dezembro chega com um desespero quase inerente, ou seja, parece que as pessoas ficam mais agitadas, que o tempo se apressa, tudo é para ontem e o mundo tem um dia certo para acabar: 31/12/2019.
No comércio, há um desespero pelo consumo. Com a vinda das ajudas do 13° mês, a economia parece agitar-se e instala-se a pressão pela compra dos presentes. Há uma corrida maluca que nos agita: a nossa agenda fica tomada de confraternizações, surgem quase que obrigações familiares de visitar todas as pessoas que não conseguimos ver durante o ano.
Mas, será que todas as visitas, compras, amizades, dietas frustradas, relações quebradas e planos incompletos conseguirão ser cumpridos em 30 dias? Será que o nosso planeamento, talvez falho, nos permitirá conseguir tudo isto em tão pouco tempo?
Não é o fim do mundo!
Estamos, sim, no último mês do ano, mas precisamos de rever como conduzimos a nossa vida durante todo o ano, e não apenas num mês, facto este que traz esta agitação e confusão na nossa vida.
Dezembro parece que leva as pessoas a notarem que têm amigos, vida, saúde ou falta dela, actividade física ou falta dela, necessidade de revisão de hábitos alimentares, e assim por diante. Dar conta de todas as suas faltas e deslizes durante o ano é muito bom, mas que seja, então, para iniciar um ano com melhor qualidade de vida, sem o desespero, sem o consumismo.
Claro que as campanhas publicitárias vão-nos empurrar várias promoções, mas não é possível esperar por Janeiro para consumir? Está aí um bom tempo para rever hábitos e começar a fazer o novo desde já. Não espere a segunda-feira ou o dia 1º de Janeiro para uma “vida nova”.
Um corpo agitado e uma mente ansiosa são campos perfeitos para tropeços, desatinos e acções impensadas. Pare um pouco, respire, preste atenção ao seu redor e preste atenção em como você está: vivemos ansiosos por não conseguirmos fazer estas pausas estratégicas e necessárias para a qualidade da nossa saúde física e emocional.
Tivemos 365 dias para resolver muitas coisas e, por vários motivos, algumas não puderam ser concretizadas. Tente fazer uma pausa: olhe para os prazos possíveis e necessários e para aqueles que serão praticamente impossíveis de serem concretizados.
Muitas vezes, pegamo-nos avaliando o que traçamos para o ano, e, muitas vezes, os resultados não são os esperados. Nessa hora, faça uma avaliação: temos traçados metas realistas ou impossíveis? Se traçamos uma meta, temos dado passos firmes em busca do que desejamos? É mais ou menos como se quiséssemos perder vários quilos ou economizássemos muito dinheiro sem mudar hábitos alimentares ou sem parar de comprar. Não é impossível? Se eu economizo 100 euros por mês ou foco em emagrecer 2 quilos no mês, aí sim será possível guardar 1200 euros no fim do ano ou emagrecer 24 quilos durante um ano todo?
Para um fim de ano mais tranquilo, organize-se:
Diga não a alguns convites, mantenha a rotina com relação aos seus horários, observe o seu orçamento para não ultrapassar os seus limites de compras e, então, ganhar uma dor de cabeça no início do ano. Não coma como se fosse o último dia da sua vida, pois todas as comidas de Natal – como bolo-rei, por exemplo – são vendidas todo o ano. Avalie os compromissos que você possui, como organizará eventuais festas familiares e encontros. Não tenha a necessidade de presentear todos. Seja realista com as suas possibilidades, e você aproveitará ainda mais o seu Natal. Faça pausas para poder, efectivamente, respirar e sair dessa loucura quase que imposta pelo fim do ano.
Lembre-se: se o que foi planeado não foi concretizado, observe se não houve um exagero nas metas quase que impossíveis, se houve pouco tempo ou ainda muitas coisas. Planos existem para serem revistos, e a rota da vida refeita.
Um feliz 2020 com um sentido real, um Natal cheio da presença de Jesus, e não dos excessos mercadológicos. A presença física certamente será muito mais rica do que qualquer presente que foge das suas possibilidades. Estamos apenas a encerrar o ano. Pense bem nisto!