Férias no espírito são necessárias
A
necessidade do fiel se dedicar a Deus e à oração tem uma oportunidade para ser
satisfeita durante as férias.
As férias são um período para se dedicar a Deus redescobrindo «a indispensável
dimensão interior da existência humana».
Há um momento no Evangelho em que Jesus diz aos discípulos: “Vinde à parte e
descansai”. As férias deveriam ser um pouco isto, um período diferente porque
se tem mais tempo livre para escutar, dedicar-se à esposa, brincar com os filhos,
ler um bom livro.
«É interessante que a palavra “festivo” originalmente - e também hoje, na
linguagem litúrgica - signifique dia dedicado ao culto»; a «festa» é, portanto,
«o dia em que se faz férias do restante das actividades para se dedicar a uma actividade
diferente e, como diz a Bíblia: “Lembrai-vos de santificar as festas”»,
«Haveria de dizer também: “Lembrai-vos de santificar os dias festivos”».
Há na tradição espiritual católica a exortação «vacare Deo» - estar livres para
Deus e a oração -, uma «necessidade» que muitas pessoas sentem e que lhes leva
«actualmente a passar umas férias verdadeiramente diferentes das demais.
«Acodem a lugares como mosteiros, lugares afastados das praias onde há
multidão... Há pessoas que elegem estas férias e amam passear em meio à
natureza... Isto, certamente, responde melhor às necessidades da alma porque
permite ao homem despregar-se por alguns momentos da linha de produção».
«As férias deveriam ser, como se diz em inglês, “holy days”, “dias santos”».
Aproveitemos para desfrutar do grande espectáculo que Deus nos põe ante os olhos
gratuitamente, cada dia.
Por exemplo, contemplar na montanha o colorido, ou o horizonte, «quase obriga»
a cada momento a dizer: «Mas quem fez isto? Perante a maravilha da Criação
ficamos extasiados e sem palavras, ou em acção de graças…e de louvor…
Um autor que dizia que o homem nestes casos deverá sentir-se como um mestre de
orquestra no meio de todas estas vozes da natureza, que o dirige e o eleva,
orienta-o ao louvor a Deus. A um cristão que tenha um mínimo de familiaridade
com a Escritura, certamente não lhe faltam os meios para expressar estes
sentimentos».