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A Confissão

Eu confesso-me, mas volto a cair sempre no mesmo pecado

Eu confesso-me, mas volto a cair sempre no mesmo pecado

 

Como lidar com isto?

 

Quando confessamos sempre o mesmo pecado, significa que deixamos a nossa alma escravizar-se por um vício espiritual. Temos a culpa de não ter cortado decididamente aquele mal da nossa vida logo no princípio… Em vez disso, acariciamos, alimentamos o nosso “monstro” de estimação tempo demais… E agora ele tem presas e garras enormes, e está mais forte do que nunca!

É como andar em círculos, voltando sempre ao mesmo ponto. Assim, não podemos confiar somente nos nossos próprios esforços: precisamos da GRAÇA de Deus para nos tornarmos pessoas novas.

O que Bento XVI diz sobre isto. Num encontro com crianças no Vaticano em 2005, uma menina chamada Lívia perguntou-lhe se se deveria confessar, mesmo quando cometesse os mesmos pecados, “Porque eu sei que são sempre os mesmos”. Bento XVI respondeu:

É verdade, geralmente, os nossos pecados são sempre os mesmos, mas nós também fazemos a limpeza das nossas habitações, dos nossos quartos, pelo menos uma vez por semana, embora a sujidade seja sempre a mesma. Para viver na limpeza; se não, talvez o lixo não possa ser visto, mas acumula-se. O mesmo vale para a alma, por mim mesmo, se não me confesso a alma fica descuidada e, no fim, fico satisfeito comigo mesmo e não compreendo que me devo esforçar para ser melhor, que devo ir em frente. E esta limpeza da alma, que Jesus nos dá no Sacramento da Confissão, ajuda-nos a ter uma consciência mais ágil, mais aberta e também de amadurecer espiritualmente e como pessoa humana.

Então, PONTO 1: não devemos desanimar, ainda que voltemos a cair no mesmo pecado grave muitas vezes. “Mas o que o padre vai pensar de mim? Digo sempre as mesmas coisas…”. Talvez ele te ache uma criatura péssima, mas convenhamos, isso é o que menos importa agora. Esquece isso (pois a imagem que o padre faz de ti não afecta a tua vida em nada) e concentra a tua mente e o teu coração em tirar os pés do caminho do Inferno.

E agora, o que tenho que fazer? Sinto-me impotente! O Papa Francisco dá a chave para solucionar a questão: conhecer-se a si mesmo, descobrir a RAIZ do mal:

Falando de pecados, de defeitos, de doenças, sempre há uma necessidade de chegar à raiz. Porque senão as doenças permanecem e retornam. É experiência quotidiana a atitude de frustração, de amargura quando me confesso e digo sempre as mesmas coisas. Se, quando vais à confissão, percebes que há sempre o refrão, pára e pergunta o que acontece. Porque senão há aquela amargura: isto não muda… Não. Tu precisas de ajuda. Amargura, frustração vem quando te sentes que não pode mudar, tu não podes curar. Pára e pensa.

Há uma sensação de impotência, mas o Senhor quer que cresçamos com a experiência da cura. (…) É um sinal de redenção, um sinal de que ele veio fazer: curar as nossas raízes. Ele curou-nos completamente: a graça cura em profundidade. Não anestesia, cura. (…)

Mas como fazer isso? (…) Sozinho, tu não podes: sozinho ninguém se pode curar. Ninguém. Preciso de encontrar alguém para me ajudar. O primeiro é o Senhor. Tendo identificado a doença, identificou o pecado, encontrou a falha, identificou a raiz – a raiz amarga dos quais falam os hebreus – descobriu que raiz de amargura, a primeira coisa é falar com o Senhor, “Veja o que estou a passar, eu não me posso deter, caio sempre na mesma coisa… “. E então, procura alguém para te ajudar, vai à “cirurgia”, isto é, vai a alguma boa alma que tenha o carisma de ajuda. E não necessariamente tem que ser um padre: o carisma do acompanhamento espiritual é um carisma leigo que nos é dado pelo baptismo – até os padres o têm, porque são batizados, graças a Deus! -; pode ser a comunidade, pode ser uma pessoa idosa, um jovem, o cônjuge … Em suma, ser ajudado por outra pessoa e dizer: “Veja esta realidade …”.

Conversa com Jesus, conversa com outro, conversa com a Igreja. Eu acredito que este é o primeiro passo. Então, será útil ler algo sobre este tópico. Há coisas bonitas, também existem métodos para resolver algumas dessas doenças. Há dois anos dei aos Cardeais, para saudações de Natal, uma coisa muito bonita que foi escrita pelo padre Acquaviva: “Accorgimenti per curare le malattie dell’anima”. (…) Isto também ajuda, para identificar as doenças: “Ah, eu tenho isso!” E como curá-las. Lê algo que é recomendado para ti. Mas olha sempre para frente. Eu posso fazer tudo isto: orar, conversar com outro, ler … Mas o único que pode curar é o Senhor. O único!

Em resumo, este é o caminho apontado pelos papas:

1 – Não desistir nunca de confessar, ainda que sejam sempre os mesmos pecados;

 2 – Orar; falar com Jesus sobre o seu problema, o seu vício espiritual, e implorar o Seu socorro;

 3 – Procurar acompanhamento espiritual (a chamada “direcção espiritual) com alguém maduro na fé, que lhe ajude a identificar a raiz do seu pecado;

 4 – Ler sobre o tema das doenças espirituais.

Aqui, apontamos também o PONTO 5, conforme a orientação do padre americano Mike Schmitz: buscar ter VERDADEIRO ARREPENDIMENTO e RENUNCIAR ao pecado, invocando o nome de Jesus.

Sim, porque muitas vezes, quando nos confessamos, temos apenas um arrependimento imperfeito. Não estamos realmente convictos do mal que o pecado nos traz (ainda nesta vida), e ainda nos agarramos à satisfação que o pecado nos traz. E assim deixamos um fio solto, que o demónio volta a puxar logo que saímos do confessionário.

A confissão com arrependimento imperfeito (atrição) é válida: Deus é tão bom que nos perdoa mesmo assim. Porém, sem contrição (arrependimento por amor a Deus), recebemos menos graças.

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