Curiosidades
As atitudes interiores para o Advento
- 27-11-2020
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Ao encerrarmos o ciclo comum do tempo litúrgico, entramos, como Igreja, no tempo do Advento
Tempo do Advento: reconhecimento e acolhimento do Senhor que
vem. Ao reflectirmos, liturgicamente,
numa dimensão celebrativa que vise o comprometimento de vida, celebramos, neste
período, Jesus Cristo, no tempo e na história dos homens. É Ele quem vem trazer-nos
a salvação. É, portanto, o tempo da expectativa, e todo o cristão é chamado a
vivê-lo em plenitude, para que, dignamente preparado, esteja em condições de
receber o Senhor que vem.
O Advento contempla, no conjunto do seu sentido espiritual,
duas dimensões fundamentais. A primeira observa o mistério da Encarnação, Jesus
que encarnou, assumindo a nossa humanidade. A segunda dimensão leva-nos ao
coração, para a promessa de Cristo Jesus acerca da Sua segunda vinda.
Encarnação e segunda vinda de Jesus, são os dois aspectos que devem iluminar,
como um farol, a boa vivência da nossa espiritualidade neste tempo litúrgico.
Quais são as atitudes interiores próprias para que o tempo do
Advento não passe sem realizar um efeito eficaz na nossa história de vida?
Algumas indicações para uma boa preparação para a vinda do
Senhor
1- Manter-se vigilante na fé e na oração, numa abertura
atenta e disponível para reconhecer os “sinais” da vinda do Senhor em todas as
circunstâncias e momentos da vida, até ao fim dos tempos. Ou seja, viver esta
saudável e tão necessária tensão escatológica, daqueles que não enfraquecem no
zelo e na expectativa do cumprimento das promessas de Nosso Senhor Jesus
Cristo. Nas promessas de Jesus, repousa e baseia-se a solidez da nossa
esperança. Uma esperança que não é circunstancial, mas sobrenatural e eterna.
Rever a vivência do baptismo, à luz destas verdades fundamentais, ajuda-nos a
dispor o coração para Deus.
2- Colocar a vida no caminho traçado por Deus, no projecto
divino de salvação, ou seja, na vontade salvífica do Senhor. Isto significa não
se extraviar por caminhos tortuosos, mas converter-se para seguir Jesus rumo ao
Reino de Deus Pai. Esta é outra tensão saudável, que também não pode estar
ausente da vida de todo o cristão que se preze: a tensão de conversão. Sem esta
conversão ninguém agrada a Deus, pois perde-se a essência do homem novo, o qual
se encontra em contínua construção, rumo à plenitude, que é Deus. Aquele que
busca conversão caminha para o Tudo que é Deus; já o que não a busca, caminha
para o nada de si mesmo, para o nada da vida.
3- Ser testemunha da alegria que Jesus Salvador nos traz com
caridade afável e paciência para com os outros. Tendo por comportamento uma
abertura para todas as iniciativas de bem, por meio das quais já se constrói o
Reino futuro na alegria sem fim. Isto significa que a alegria salvífica deve
estar sempre presente na vida testemunhal do cristão, mesmo no meio das
dificuldades da vida. Jesus Cristo é a nossa alegria e salvação, rejubilemos
sempre pela graça que nos foi concedida.
4- Manter um coração pobre e vazio de si, imitando São José,
Nossa Senhora, João Baptista e os outros pobres do Evangelho, na humildade de
quem sabe reconhecer e acolher Jesus, o Filho de Deus, Salvador da humanidade.
Buscar e actualizar, na vida, a centralidade do mistério de Cristo, que sempre
nos favorece na preparação rumo ao encontro do Senhor Jesus que vem a nós.
Acolher e reconhecer o Senhor
Participar na Celebração Eucarística, neste tempo do Advento,
significa acolher e reconhecer o Senhor, o qual, continuamente, vem ficar no
meio de nós; é segui-Lo no caminho que leva ao Pai. Com a Sua vinda gloriosa,
no fim dos tempos, que Ele nos introduza, todos juntos, no Reino, para nos
fazer “tomar parte na vida eterna” com os bem-aventurados e santos do céu.
Que a vivência deste tempo litúrgico seja fecunda na vida de
todos nós. Uma caminhada de recolhimento, que traz em si o potencial de
purificar a vida na justiça e na verdade, preparando os caminhos do Senhor. Que
Cristo não nos encontre passivos, indiferentes, excessivamente preocupados com
aquilo que passa, aponto de não percebermos o valor e a presença do Eterno que
vem a nós. Sejamos activos e comprometidos nas atitudes interiores que o Senhor
nos chama a viver, para que a nossa esperança seja vivificada.
Tomemos cuidado com o materialismo e o excesso de actividades
terrenas. Tais realidades são perigosas e capazes de desviar e esvaziar a vida
do seu verdadeiro e mais profundo mistério: apontar para uma caminhada
perseverante rumo à eternidade! Sejamos activos e concretos nas respostas de
vida, em função do mistério celebrado e vivido. Acreditemos para viver com
sabedoria a vida terrena, e vivamos intensamente de acordo com a nossa fé, que
deve sempre apontar para o Céu. Isto é ser cristão de verdade, sem falsidade,
que caminha com sabor de eternidade!