Curiosidades
A sexualidade das crianças e o exemplo dos pais
- 26-06-2022
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Atenção, pais! Os vossos exemplos são contagiosos
A identidade sexual é um processo psicológico individual
elaborado na infância, em que as crianças se identificam como pertencentes a um
dos sexos. Nunca se deve confundir com a orientação sexual, que acontece na
puberdade ou adolescência e que tem a ver com a orientação sobre novos
sentimentos que aparecem nesta etapa da vida: desejo sexual, atracção, paixão…
Geralmente, este processo começa aos 2 anos e meio ou 3. É
curioso que, se 6 meses antes tentares provar se elas sabem a que sexo
pertencem, as crianças encolhem os ombros. Com o passar do tempo, se fizermos a
pergunta: “Tu és menino ou menina?”, certamente elas ficarão ofendidas diante
da dúvida. Mas esta etapa tem limitações e depende da aparência externa, das
roupas e dos acessórios. E pode mudar, já que a etapa estará mais concreta
perto dos 8 ou 9 anos.
É uma etapa em que são marcadas as diferenças entre os sexos.
O menino percebe as diferenças entre o pai e a mãe. Não só físicas, mas também
em relação a funções e papéis. A criança estabelece quem pertence ao grupo dos
homens e quem está no grupo das mulheres, e o uso da linguagem começará a
diferenciar a posse dos objectos, roupas e utensílios de cada sexo.
O pequeno vai-se adequando, pouco a pouco, à imagem ideal do
seu próprio sexo, e escolherá como modelo o progenitor do seu mesmo sexo, já
que as crianças aprendem por imitação. Assim como o menino imitará o pai na
forma de vestir, de se pentear, nos gostos, nos gestos e na forma de falar,
também o fará na questão do desempenho dos papéis.
Estas diferenças estarão mais ou menos marcadas segundo o que
está no seio da família. Há lares onde tanto o pai como a mãe saem para
trabalhar fora, dividem as tarefas de casa, a educação e o cuidado com os
filhos. Além disso, o casal trata-se de igual para igual. Nestes casos, o filho
não marcará tanto as diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito às
funções de cada um.
Às vezes, preocupamo-nos em excesso por não darmos educação
sexista aos filhos. No entanto, o processo educativo é muito mais profundo. Um
menino vai gostar de brincar com a boneca com a irmã de forma natural, e
vestirá o suposto bebé com ternura, trocará as fraldas e dará comida porque viu
o pai fazer a mesma coisa. E isto não compromete a virilidade, pelo contrário:
torna-a mais completa. Em grande parte, o que nós transmitimos ou não às
crianças em relação às noções de preponderância de um sexo sobre o outro
depende das nossas próprias atitudes diante delas.
Em resumo, a criança constrói a imagem ideal do seu próprio
sexo em razão ao ambiente em que se desenvolve: depende do comportamento dos
adultos que a rodeiam e da relação que ela tem com eles. Mas também intervêm os
estereótipos de género que a sociedade impõe e o status em que se insere a
família a que a criança pertence.
A identidade psicossexual tem grande importância na vida
posterior da criança. A adaptação social, a relação com pessoas de outro sexo,
assim como a sua atitude na vida amorosa e nas relações sexuais serão
resultados da forma como se desenvolveu esta identificação.
É necessário trabalhar para que os filhos tenham sucesso
neste grande desafio que é sentir-se bem com o próprio corpo e todas as
características que marcam a diferença sexual nos campos físicos, emocionais,
psicológicos, sociais e espirituais. Conseguir isto, implica ser feliz por “ser
mulher”, ou ser feliz por “ser homem”.