Curiosidades
A oração da enfermeira da UTI neonatal mudou a forma como enfrentei o meu isolamento forçado
- 02-10-2023
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A oração da enfermeira da
UTI neonatal mudou a forma como enfrentei o meu isolamento forçado – e rezo-a
quando enfrento dificuldades
“Jesus, segura a minha mão direita. Maria, segura a minha mão esquerda…“
Esta é uma oração que uma enfermeira da UTI neonatal me ensinou há
17 anos. O meu segundo bebé começou a vida estando internado um mês numa
cidade longe de casa. Eu estava sozinha, cuidava do meu recém-nascido, sem
o conforto e o apoio do meu marido e dos meus familiares.
Numa noite particularmente sombria, a enfermeira que cuidava do
meu bebé notou o crucifixo no meu pescoço. Ela solidarizou-se com a nossa
provação, manteve as mãos abertas ao lado do corpo dela, levantou os olhos para
o céu e ofereceu a oração que me acompanha há anos: “Jesus, segura
a minha mão direita. Maria, segura a minha mão esquerda…“
Desde então, enfrentei muitas dificuldades, grandes e pequenas,
onde me vi a andar pelos corredores de um hospital ou pelas ruas tranquilas do
meu bairro, repetindo esta oração com as mãos abertas e vivendo a realidade
reconfortante que ela articula: nunca estou sozinha.
Não percebi isto naquele momento, mas aquela fiel enfermeira
da UTI neonatal despertou a minha imaginação católica de uma nova
forma. Ela acendeu em mim uma chama que ganhou mais força através do
Terço, que eu passei a rezar com frequência.
A adorável enfermeira também me ajudou a passar de um estado de
solidão para a solitude. “Sente-se que falta alguma coisa”. Por outro
lado, “a solitude é um estado de se sentir sozinho sem estar sozinho, em que
você se oferece uma companhia maravilhosa e suficiente”. Acrescente a isto
– os cristãos têm aqui uma vantagem particular – a capacidade de se
apoiar não apenas em si mesmos para ter companheirismo, mas
num relacionamento íntimo com Deus e com a Comunhão dos Santos.
Ao me sentir segura pelas mãos de Jesus e de Sua Mãe, ao
saber que de uma forma mística eles andam ao meu lado, a dor vazia em meu
coração acalma.
E graças àquela enfermeira de UTI, tenho-me sentido cada vez mais
segura, especialmente depois que algumas mudanças recentes em minha casa me
forçaram a fazer a minha própria companhia com mais frequência do que
gostaria.
Tento ir à missa com a maior frequência possível, para receber
Jesus na Eucaristia todas as manhãs. Depois, à noite, ando pela minha
vizinhança, com o Terço na mão, meditando
silenciosamente nas promessas do profeta Isaías: “É na conversão e na calma que está a vossa salvação; é no repouso e na
confiança que reside a vossa força”. (Isaías
30,15)