Curiosidades
5 erros que os católicos cometem ao evangelizar e como os corrigir
- 03-10-2023
- Visualizações: 9
- Imprimir
- Enviar por email
Fingir que alguém nos abre o seu coração antes de saber o
nosso nome, assumir que termos como "fé" ou "Igreja"
significam a mesma coisa para todos ou desistir de mudar o mundo são alguns dos
erros que Marcel LeJeune acredita que devem ser corrigidos se quisermos
evangelizar as pessoas, hoje em dia.
LeJeune é casado, tem cinco filhos e preside aos programas de
formação apostólica dos Discípulos Missionários Católicos. Depois de aprofundar
em como o relativismo atrapalha a evangelização dos católicos, ele explica
cinco erros frequentes quando se trata de fazer apostolado em nossos dias e
como os corrigir.
1º Antes de começar, preocupe-se em saber como ele pensa
De especialistas como LeJeune a não poucos protestantes
convertidos, cada vez mais observam que, quando se trata de evangelizar,
"usando as mesmas palavras, falamos línguas diferentes". Em muitas
ocasiões, não sabemos o que queremos dizer com palavras como
"Igreja", "fé", "Deus" ou "amor". Por
isso, "precisamos de definir os termos e explorar o que significam para a
outra pessoa".
Somente "explorando o pensamento, a escuta e fazendo
perguntas abertas dos outros nos podemos envolver em conversas com
expectativas".
2º Não responda antes de perguntar
Quando as pessoas deixam a Igreja, em vez de falta de fé ou
formação, pode ser porque os próprios católicos desistiram delas antes de
ouvir. "Se perguntares ao católico médio por que é que alguém sai da
Igreja, ele dirá que a pessoa 'não teve formação, catequese ou não entendeu a
fé', e isso pode ou não ser verdade. Se assumirmos por que é que eles saíram,
provavelmente não perguntaremos ou entenderemos os seus motivos", explica
LeJeune.
De facto, o especialista afirma que muitas pessoas abandonam
os sacramentos não por falta de formação, mas porque "estavam sozinhas e
esgotadas ou não encontraram uma comunidade". Por isso, ele enfatiza a
importância de "compreender, servir e amar antes de pregar ou
discutir".
"Quando chegamos a muitas respostas e poucas perguntas,
tendemos a afastar os outros".
O evangelista especialista Marcel LeJeune ressalta a
importância da amizade e das relações sociais antes de evangelizar.
3º Tomar um café, é melhor do que começar logo pela catequese
As próprias estatísticas mostram que as pessoas têm sede de
Deus, mas os católicos raramente oferecem a possibilidade de conversar sobre
Deus. Mais de seis em cada 10 não-cristãos (62%) dizem estar abertos a discutir
questões de fé com alguém que ouve sem julgamento – a qualidade a que atribuem
mais importância – mas apenas um terço (34%) vê essa característica nos
cristãos que conhecem pessoalmente.
"Independentemente de querermos, não seremos capazes de
evangelizar enquanto não tivermos relações amigáveis e conhecermos os
não-cristãos."
Para isso, um primeiro passo pode ser "pedir ao colega
de trabalho ou ao vizinho do outro lado da rua para tomar um café ou irem
almoçar juntos. É uma estratégia muito melhor do que convidá-los logo para a
missa."
4º Não confunda fé e política ao evangelizar
LeJeune acredita que há momentos em que os valores do
Evangelho se cruzam com a política, mas quando se trata de realizar o nosso
apostolado, devemos ter cuidado. "Isto não significa que não nos possamos envolver
na política ou trabalhar por soluções políticas para problemas culturais ou
morais, o problema é quando confundimos política com fé ou vice-versa."
"Você pode concordar com outra pessoa sobre valores como
ajudar os pobres, mas quando você discorda da solução política, isso pode
diminuir a capacidade de testemunhar a verdade na vida da outra pessoa."
5º Não se acomodem e aspirem a melhorar o mundo
"A mediocridade raramente agrada, e o católico médio parece-se
demais com todos os outros", explica. "Não estamos a gerar discípulos
que mudam o mundo. Diante desta situação, há alguns católicos que pretendem
amar os outros, partilhar a sua fé e que não são influenciados pela cultura.
Eles são atraentes, porque vivem de forma diferente."
Neste sentido, o especialista também se refere às
instituições, cujo modo de agir não ajuda a percebê-las como "construídas
para transformar o mundo". A maioria das instituições católicas ocidentais
não tem liderança visionária ou impacto profundo."
"Tudo isto é percebido com particular importância numa
cultura em que os jovens foram ensinados a acreditar que podem literalmente
mudar o mundo, nas mudanças climáticas ou na política, por exemplo. Se a Igreja
não está s projetar uma grande visão de um mundo melhor e transformado, o que
estamos a fazer?", questiona.
LeJeune conclui:
Se quisermos evangelizar melhor e entender a lógica do
pensamento moderno, "ouça e aprenda como o cérebro funciona para chegar ao
coração da pessoa. Não falar tanto e ouvir mais, porque não se pode amar o que
não se conhece."