1 - Porque é que há tantas pessoas que não acreditam que Deus existe?
Podem existir muitas razões pelas quais algumas pessoas não acreditam que Deus existe. No entanto, a maioria das pessoas acreditam, de facto, em Deus, compreendido como uma “primeira causa” de todas as coisas. Na verdade, o próprio facto de que a palavra “Deus” tem algum significado nos principais idiomas do Ser Humano é uma evidência indirecta que acreditar em Deus é natural para os seres humanos. Além disso a existência de Deus, não é, como por vezes está implícito, uma crença suportada exclusivamente por pessoas imaturas ou sem instrução. Entre os grandes filósofos, cientistas, escritores e artistas cujas obras afirmam algum tipo de crença em Deus, pode-se incluir Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Dante, Descartes, Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci, Kant, Newton, Cauchy, Newman, Einstein e Mendel. Esta lista inclui alguns dos pensadores mais subtis e criativos da história humana, incluindo os pioneiros das disciplinas da ciência e alguns dos maiores artistas. Além disso, muitos filósofos, antigos e modernos, ofereceram argumentos para a existência de Deus. Ademais, muitas pessoas que se dizem ateus, rejeitando a crença em Deus, acreditam, de facto, numa “primeira causa” alternativa. Ou afirmam que o universo é a sua própria causa ou que o universo é gerado por alguns processos automáticos ou aleatórios a partir de uma realidade maior, invisível, como um multiverso. Por outras palavras, muitos ateus propõem um substituto impessoal para Deus ao invés de simplesmente rejeitar a existência de Deus, por completo. Finalmente, a postura de uma pessoa relativamente à existência de Deus pode ter um aspecto moral. É verdade, claro, que muitas pessoas que acreditam em Deus continuam a fazer o mal, e algumas pessoas fazem coisas terríveis em nome de Deus. No entanto, negar a existência de Deus muda inteiramente o quadro da moralidade. Se não existe nenhum legislador divino a temer ou Pai celestial para amar, também não há um juiz supremo para além de si próprio ou do estado sobre a forma como cada um deve tratar os seus parceiros seres humanos. Como consequência prática, como Dostoiévski e outros salientaram, tudo é permitido. Enquanto tal mundo pode parecer atraente para alguns, os estados governados por ideologias ateístas no século XX, que mataram cerca de cem milhões de pessoas, mostram os riscos decorrentes de tal pensamento.
2 - Quais são os benefícios das orações a Maria e aos Santos? Cristo não é suficiente para nós?
Cristo é certamente suficiente para nós no sentido em que ele tem o poder e a vontade para nos dar tudo o que precisamos para a nossa salvação.
No entanto, a Bíblia também nos ensina que Deus nos ajuda mesmo quando outros Lhe rezam por nós, salientando a importância da intervenção daqueles que estão perto d’Ele.
No Antigo Testamento, por exemplo, é a intervenção de Moisés que assegura o perdão aos Israelitas quando eles adoram o bezerro de ouro (Ex 32). No Novo Testamento, Santo Estêvão intercede pelos homens que o apedrejaram até à morte. (Act 7,60). Um dos presentes na sua execução converte-se mais tarde à fé cristã, tornando-se no grande São Paulo.
Além disso, o Novo Testamento faz uma chamada de atenção especial ao poder da intervenção de Maria junto de Deus. João relata que é a pedido de Maria (Jo 2,3) que Jesus realiza o seu primeiro milagre, transformando a água em vinho.
Agora que Maria e os outros Santos desfrutam da visão de Deus, as suas orações como nossos intercessores são ainda mais benéficas para a causa da nossa salvação.
3 - Jesus Cristo existiu realmente?
Sim, Jesus Cristo existiu de facto. Provavelmente, a vida e obra de Jesus Cristo é mais documentada do que o nosso conhecimento acerca de qualquer outra pessoa dos tempos antigos. Conhecemos Jesus Cristo principalmente através dos 27 documentos conhecidos como o Novo Testamento. O Novo Testamento é o maior documento com provas escritas sobre alguém dos tempos antigos. Outros escritos da mesma época corroboram muitos dos detalhes sobre a vida de Jesus. Para além disso, registos feitos pelos dois maiores historiadores desse período, não cristãos, confirmam alguns factos elementares sobre Jesus: o historiador romano Tacitus confirma que Jesus sofreu o “castigo mais extremo” imposto por Pôncio Pilatos; e o historiador judeu Josephus refere Jesus, a quem chamavam “o Cristo”, e o seu julgamento no Sinédrio.
4 - Os católicos veneram Maria como divina?
Não, os católicos honram e amam Maria como Mãe de Deus e nossa mãe do céu, e rezam pela sua poderosa intercessão, mas não a veneram como divina (cf. Apoc. 19,10).
5 - As escrituras parecem não estabelecer a devoção a Maria. Será esta devoção um embelezamento recente ou mesmo um desvio da doutrina cristã mais antiga e pura?
Pelo contrário, as Escrituras sugerem, de facto, que a devoção a Maria é apropriada e fértil para os Cristãos. Por exemplo, a Ave Maria, a oração de devoção a Maria mais conhecida, repete as palavras que Isabel usa no Evangelho segundo São Lucas, “Bendita sois vós entre as mulheres” (Lc 1,42). Mais ainda, aqueles que proferem estas palavras em oração cumprem uma importante profecia de Maria que consta das escrituras, “De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações” (Lc 1,48). Acrescente-se que, da mesma forma que a Arca da Aliança, que guardava a palavra de Deus escrita nas tábuas de pedra, foi justamente honrada com reverência no Antigo Testamento, é ainda mais importante para os Cristãos honrar Maria, que trouxe no ventre a Palavra feita carne. Além disso, a devoção a Maria não é recente, nem é um desvio da doutrina Cristã antiga. Já no século II, S. Ireneu refere Maria como a “segunda Eva” e uma “advogada” (Contra as Heresias, V.19) e o Concílio de Eféso em 431 defende o título de Maria como a “Mãe de Deus”. Mais ainda, um papiro existente na Biblioteca de Rylands regista a existência, em meados do século III, de um hino a Maria, agora conhecido por Sub Tuum Praesidium, “À vossa protecção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!”. Estas fontes evidenciam claramente a existência de uma devoção especial a Maria nos primórdios da Igreja.
6 - Como é que a morte de Jesus nos salvou dos nossos pecados?
As Escrituras e a Tradição (Apostólica) são claras e consonantes relativamente ao facto de que a morte sacrificial de Jesus nos redimiu dos nossos pecados e nos reconciliou com Deus. Sobre isto, diz São Pedro «sabendo que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver herdada dos vossos pais, não a preço de bens corruptíveis, prata ou ouro, mas pelo sangue precioso de Cristo, qual cordeiro sem defeito nem mancha,» (1 Ped 1,18-19). As Escrituras revelam-nos os inúmeros frutos produzidos pelo sacrifício de Jesus. Assim, com o seu próprio sacrifício, Jesus fez: a reparação dos nossos pecados e culpas (Mt 20,28); alcançou-nos a misericórdia e afastou de nós o castigo (Mt 26,28); derrotou as investidas do demónio contra nós (Jo 12,31); reconciliou-nos com Deus (2 Cor 5,19); e cumpriu o que estava anunciado nas Escrituras e na História da Salvação (Col 1,20).
Mas, exactamente, como é que a morte de Jesus produziu tais efeitos, continua a ser um grande mistério. Na verdade, a compreensão e as respostas perfeitas a estas questões continuarão a estar longe do nosso entendimento. Algum dia compreenderemos o mistério da cruz, onde Jesus sofreu os efeitos dos nossos pecados, e que pelo seu divino amor revogou as ofensas de todos os pecados da humanidade, tomando-os sobre si próprio? As chaves de leitura para alcançar a resposta são «amor» e «sacrifício»: sendo errado pensar a morte de Cristo, friamente e de forma calculista, como se Deus precisasse que alguém morresse para aplacar a sua ira. A forma correcta de pensar e dizer é que Jesus quis unir-se a nós em tudo, até no sofrimento, porque nos ama. Jesus tomou sobre si os nossos pecados para nos dar a vida eterna.
7 - Qual é o melhor modo de representar ou de pensar a Santíssima Trindade?
A Santíssima Trindade é o Deus único em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Nenhuma representação da Santíssima trindade poderá ser adequada para representar todos os aspectos da mesma, que excede qualquer coisa que tenha sido criada. Portanto, a melhor forma de representar a Santíssima Trindade é tentar evitar apenas uma única imagem, mas utilizar uma variedade de imagens para enfatizar aspectos distintos mas complementares da Divindade. Algumas imagens são boas para enfatizar a unidade da Divindade. Um exemplo de uma dessas imagens é o trevo Irlandês, uma única planta com três folhas, utilizada por São Patrício enquanto pregava às tribos pagãs da Irlanda, no Século V. Um outro grupo de imagens enfatiza melhor a distinção entre as pessoas divinas, sendo que um exemplo famoso é o ícone de Andrei Rublev. A igualdade de valores neste ícone mostra que eles são o único Deus, mas os seus olhares, as suas roupas e os objectos de fundo distinguem os seus relacionamentos. Um terceiro grupo de imagens enfatiza a revelação da Trindade através de Jesus Cristo. Um exemplo desta última categoria é a imagem de Alessandro Botticelli (ver ao lado). Observa como esta pintura retrata o pai como sendo mais velho e com barba, não porque Deus Pai seja literalmente mais velho que Deus Filho (o que não faria sentido) mas para enfatizar a relação do Pai para com o Filho que o revelou. Da mesma forma, o Espírito Santo está representado como uma pomba entre o Pai e o Filho, que indica como o Espírito Santo procede do pai e do Filho e une o Pai ao Filho. As diversas representações da Trindade são úteis desde que entendamos o que elas nos mostram e em que medida elas continuam a ser limitadas.
8 - Poderei ser Cristão, sem ser membro da Igreja?
A Igreja é o corpo místico de Cristo, estabelecido por Deus na terra, de forma a unir o homem à vida divina para sempre.
Para viver como cristão em sentido próprio e pleno é preciso ser membro da Igreja. Afinal, foi Cristo quem nos ensinou que construiria uma única Igreja – a Igreja d’Ele – “sobre a pedra de Pedro” (Mt 16,18), e que o cristão deve “escutar a Igreja” (Mt 18,17). Por outras palavras, Cristo não queria que os seus seguidores fossem indivíduos isolados ou membros casuais de comunidades desunidas. Além disso, o Novo testamento enfatiza fortemente a posição central que a Igreja tem na vida de um cristão. São Paulo proclamava que a Igreja é o “corpo de Cristo” (Ef 5,23), descrevendo até a sua união como a de um marido e a sua mulher. Este amor de Cristo pela Sua Igreja é tão forte que Cristo refere a perseguição à Sua Igreja como uma perseguição a Si mesmo (Act 9,4; 22,7; 26,14). São Paulo também descreve a exclusão de um pecador impenitente da comunidade da Igreja como sendo "entregue a Satanás" (1Tim 1,20; 1Cor 5,5), querendo com isso dizer que a separação da Igreja colocaria a alma dessa pessoa em risco. São Cipriano, um bispo e mártir do século III, escreveu: “Não pode ter Deus por Pai, quem não tem a Igreja por mãe” (Ecclesiae catholicae unitate, 6). Assim, ser cristão sem estar em plena comunhão com a Igreja, é um estado insatisfatório. Essa condição de estar separado da Igreja é uma condição pecaminosa apenas quando alguém se separa da Igreja por sua culpa.
9 - Se a vida cristã começa com o Baptismo, o que acontece com as pessoas boas que não são Baptizadas? Ficam sem a graça divina e, em caso afirmativo, estão destinadas ao inferno?
O Baptismo é o sacramento pelo qual nos tornamos cristãos. Ele liberta-nos do pecado original, faz-nos filhos de Deus, templos do Espírito Santo e membros da Igreja. A Confirmação completa a iniciação cristã, iniciada no Baptismo, fazendo-nos adultos espiritualmente por meio de um “selo permanente” na nossa alma. Neste sacramento, o Espírito Santo também nos dá sete dons que nos permitem ver e agir bem espiritualmente. Estes dons capacitam-nos a anunciar publicamente o Evangelho e a defender a fé contra a adversidade.
No Novo Testamento, Jesus descreve as pessoas que viveram antes do dilúvio como "comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca." Agora, comer, beber e casar-se são coisas boas, e não actos maus. Jesus acrescenta ainda que, "e não deram por nada até chegar o dilúvio, que a todos arrastou." (Mt 24,39). Assim, uma boa vida que consiste apenas em comer, beber, casar-se e outras coisas boas ao estar separada de Deus é contrária à vontade de Deus para a nossa felicidade. Nós fomos feitos para conhecer e amar a Deus pessoalmente. Contudo, não podemos conhecer a Deus pessoalmente, sem a graça do Baptismo. Como Jesus nos diz: "Ninguém pode entrar no reino de Deus, sem nascer da água e do Espírito "(Jo 3,5). Portanto, mesmo as pessoas que fazem muitas coisas boas precisam ainda da graça do Baptismo. O que acontece, então, para aquelas pessoas que não são baptizados sem culpa própria? Baseada na Escritura e na Tradição, a Igreja ensina que, enquanto o Baptismo é necessário para a salvação (ccc. 1257), a graça santificante do Baptismo, por vezes, pode ser recebida sem o rito. Por exemplo, os Santos Inocentes, as crianças mortas por Herodes, ao serem reconhecidas como santas, são um exemplo de "Baptismo de sangue" (Mt 2,16). Há também um 'baptismo de desejo" para aqueles que desejam o baptismo, como catecúmenos, e morreram antes de receber o sacramento. Pode até haver muitas pessoas que são salvas porque desejariam o Baptismo explicitamente se soubessem da sua necessidade, mas que o ignoram sem culpa própria. No entanto, todas essas são possibilidades extraordinárias de graça. Seguindo o mandato explícito de Cristo, devemos exortar as pessoas a se converterem a Cristo e receberem o Baptismo, enquanto este sacramento está disponível para eles, pois os sacramentos não se recebem após a morte.
10 - Por que é importante seguir as formas litúrgicas recebidas da Escritura e da Tradição em vez de, por exemplo, inventar ritos litúrgicos por nós mesmos?
Uma resposta a esta questão é prática, ou seja, há pessoas que tendem a discordar sempre, mesmo perante quaisquer novas formas litúrgicas que se inventem. A parábola da Escritura que nos alerta sobre este risco é a história da Torre de Babel (Gn 11,1-9), na qual as pessoas tentam construir uma torre para o céu e acabam ficando incapazes de compreender os outros. A questão é de tal forma séria que aqueles que inventam novas liturgias arriscam a adorar falsos deuses. A Bíblia adverte-nos desse perigo com a história do bezerro de ouro (Ex 32), na qual os israelitas rompem o seu pacto com Deus, adorando a imagem de um animal. Assim, para garantir que nós adoremos o Deus verdadeiro, a forma de todos os ritos católicos é desenhada a partir das Escrituras, desenvolvida através da Tradição e sancionada pelo Magistério, o centro do ensinamento da Igreja.
Além disso, os ritos litúrgicos estabelecidos fornecem muitos benefícios espirituais evidentes. Em primeiro lugar, esses ritos têm alimentado a vida de inúmeros santos e incorporam a visão cumulativa de séculos de culto cristão. Em segundo lugar, há uma clara sabedoria em muitas das palavras e acções desses ritos. Por exemplo, uma questão é aceitar que o corpo e o sangue de Cristo estão presentes no altar, mas as acções litúrgicas como a genuflexão, ou a elevação da hóstia na missa, ajudam a assumir uma atitude de adoração para com a Eucaristia. Desta e de muitas outras maneiras, de que podemos não estar plenamente conscientes, a liturgia ajuda a preparar-nos para o céu, quando deixaremos de ver "como num espelho, de maneira confusa" (cf. 1 Cor 13,12), mas sim face-a-face.
11 - Porque é que a liturgia é necessária quando podemos rezar a Deus de tantas outras maneiras?
A sagrada liturgia é a verdadeira adoração de Deus, promulgada por Jesus Cristo e pelo seu corpo, a Igreja, através do poder do Espírito Santo. É uma "obra pública" prestada ao povo (leitourgia) com cerimónias, ritos e fórmulas estabelecidos pelas Escrituras e pela Tradição. Os Sacramentos são sinais instituídos por Cristo que realizam o que significam. Os sacramentos curam-nos do pecado e semeiam, nutrem e restauram a vida da graça em nós.
A Igreja tem a liturgia em obediência a Deus, especialmente por mandado explícito de Jesus Cristo, quando instituiu a Eucaristia: "Fazei isto em memória de mim" (Lc 22,19). Orar a Deus na liturgia não exclui, naturalmente, a possibilidade de orar a Deus de muitas outras maneiras, especialmente na oração pessoal diária. No entanto, as liturgias do Antigo Testamento, que prefiguram a nova aliança estabelecida por Cristo, bem como as referências à liturgia no Novo Testamento e na Igreja primitiva, e a tradição dos últimos dois mil anos, deixam claro que a liturgia é o centro da nossa oração a Deus. Porque é, então, a liturgia tão importante? Uma das razões é que a Igreja é o "Corpo de Cristo" ou "Esposa de Cristo". Portanto, na liturgia nós não rezamos apenas como indivíduos, mas como membros desse Corpo na Terra e no Céu. Para que esta oração da Igreja seja harmoniosa é no entanto importante que haja palavras já estabelecidas e procedimentos a seguir.
Pode ser útil a analogia de uma orquestra. Se cada músico decidisse inventar a sua própria música, o resultado global não seria outra coisa senão ruído. Porém, quando os músicos seguem a partitura, o resultado pode ser uma música de profunda riqueza e beleza. Do mesmo modo, a liturgia, seguindo as palavras e acções recebidas por revelação, permite-nos contribuir harmoniosamente para dar glória a Deus.
12 - Porque é que os católicos acreditam que o pão e o vinho se transformam no Corpo e Sangue de Jesus?
Sabemos que Jesus pretendia que o pão e o vinho se transformassem no seu corpo e sangue, na Santa Missa, pelas seguintes razões:
(1) Em João 6, quando Jesus prometeu o "pão do céu ", que seria o seu corpo vivo, ele enfatizou as palavras “verdadeira comida” e 'verdadeira bebida ". Além disso, a reacção dos seus ouvintes (muitos dos quais o abandonaram) mostra que eles entenderam "comer a minha carne" (a frase grega expressa essa noção explicitamente) e "beber o meu sangue", como literal, e Jesus não disse que tinham entendido mal o seu significado.
(2) Jesus disse, "este é o meu corpo" e "este é o cálice do meu sangue”, não disse " isto representa o meu corpo e sangue "(cf. Mt 26,26-28; Mc 14,22-24, Lc 22,17-22, 1 Cor 11,23-25).
(3) A Páscoa Judaica, que se prefigura a Eucaristia no Antigo Testamento, especifica que a carne do cordeiro deve ser consumida fisicamente. A implicação é que Jesus, o Cordeiro de Deus da nova Páscoa, também pretende ser consumido por nós.
(4) São Paulo disse que "quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe a própria condenação", implicando a realidade substancial do Corpo de Cristo na Ceia Eucarística.
(5) Documentos da Igreja do séc. I demonstram a crença na presença substancial do Corpo e Sangue de Cristo. Por exemplo S. Justino Mártir (c. 152 d.C.), nega que a Eucaristia seja uma toma comum de alimentos e bebidas, mas é sim "a Carne e o Sangue de Jesus encarnado" (Primeira Apologia ao Senado Romano, 66).
Essas fontes mostram que os primeiros cristãos entenderam que Cristo nos deu o seu corpo e sangue de uma forma substancial e não num sentido metafórico.
(6) Diversos milagres eucarísticos, como as de Lanciano, Sena e Bolsena.
13 - Porque é que eu preciso de confessar os meus pecados a um padre, se já os confessei a Deus?
Deus quer perdoar-nos dos nossos pecados e restaurar-nos à vida da graça, mas a Confissão sacramental é o meio escolhido por Deus para que uma pessoa baptizada receba perdão por um pecado sério.
O método da confissão verbal e absolvição por parte de um padre pode também ser visto como apropriado pelas seguintes razões:
(1) Relacionamo-nos com Deus como membros da Igreja, o Corpo de Cristo, e como tal o perdão de Deus chega-nos através da Igreja.
(2) Precisamos de garantias de que somos perdoados, que é o que a absolvição de um padre nos assegura.
(3) Somos notoriamente maus a julgar-nos a nós próprios, ou por sermos demasiado brandos ou demasiado duros; o padre, agindo na pessoa de Cristo, traz-nos uma visão objectiva e previne o auto-engano.
(4) Reconhecer e admitir os nossos pecados ajuda a formar uma consciência saudável, não uma culpa maligna e debilitante que pode causar desespero.
(5) A Confissão é um dos remédios mais perfeitos para o orgulho, o mais perigoso de todos os pecados. Através do reconhecimento verbal e humilde dos nossos pecados, e pedindo perdão a Deus pelos nossos erros, permitimos também a Deus que nos tire o nosso orgulho e restaure o nosso amor divino a Ele.
(6) Finalmente, não é invulgar na vida moderna que as pessoas façam ‘confissões’ não sacramentais a outras pessoas públicas, profissionais acreditados ou até mesmo através dos media. Tais alternativas seculares não nos podem restaurar a graça de Deus. Todavia, essas tentativas de busca de alternativas confessionais para cura e renovação de forças provam, indirectamente, a importância psicológica do sacramento da Confissão.
14 - Porque é que não existem mulheres padres nem padres casados?
O sacerdócio é uma espécie de paternidade espiritual, tal como indica S. Paulo na sua carta aos Coríntios, dirigindo-se a eles como seus filhos: “Eu é que fui o vosso pai na fé em Jesus Cristo, anunciando-vos a Boa Nova” (1 Cor 4,15). Portanto, o sacerdócio é, por sua natureza, masculino, tal como a maternidade é pela sua natureza feminina. Além disto, todos os que foram ordenados sacerdotes agem na pessoa de Jesus Cristo, que encarnou como um homem, e que apenas escolheu homens como seus apóstolos, apesar de entre os seus discípulos mais próximos se encontrarem tanto homens como mulheres.
Enquanto alguns grupos eclesiais têm mulheres ministras, tais associações não reconhecem a Ordem como sendo um sacramento ou a Missa como um sacrifício.
Apenas os homens podem ser ordenados sacerdotes. No entanto, o Catolicismo tem-se provado incomum por ter tantas mulheres proeminentes seja na sua história como nos seus grandes doutores. A Igreja tem canonizado muitas mulheres santas e Santa Teresa de Ávila, Sta. Catarina de Siena e Sta. Teresa de Liseux são reconhecidas como doutoras da Igreja. Além disto, o Catolicismo tem dado honras singulares a uma mulher: Maria, a Mãe de Deus. Uma das consequências disto é que o Catolicismo evidencia tanto o feminino como o masculino na sua cultura e história.
Apenas com algumas excepções, a Igreja não ordena sacerdotes homens casados. Uma simples razão é que, tanto o casamento como as Ordens Religiosas, implicam um chamamento a um serviço de amor a tempo inteiro (1 Cor 7,32-33). Para que dê frutos, o compromisso a cada vocação deve ser completo e é difícil para um homem abarcar vários.
15 - Em que diferem as crenças católicas e protestantes no que diz respeito aos sacramentos?
Os sacramentos não são fundamentais para as formas de culto protestante da mesma forma como o são na Igreja Católica.
Embora os milhares de comunidades protestantes actualmente tenham opiniões divergentes sobre os sacramentos, muitas vezes consideram que os mesmos não causam a graça que significam, mas são uma espécie de sinal extrínseco da acção de Deus.
Além disso, a maioria dos protestantes reconhece apenas dois sacramentos, Baptismo e Eucaristia, em vez de sete.
Quanto à Eucaristia, as crenças protestantes (incluindo os normas da Igreja da Inglaterra) geralmente negam a transubstanciação, rejeitam a adoração da Eucaristia e opõem-se à doutrina católica de que a Missa é um sacrifício. Como o protestantismo nega que a Eucaristia é um sacrifício, também carece de um sacerdócio sacramental.
16 – Deus nos dá vitória sobre o pecado, então porque é que sou derrotado frequentemente?
Em primeiro lugar, é importante ser paciente. Deus cultiva santos e a vitória total sobre o pecado pode levar um longo tempo, até mesmo uma vida inteira. Em segundo lugar, é importante lembrar que não nos podemos tornar perfeitos; de facto, o auto-aperfeiçoamento é uma heresia antiga chamada Pelagianismo. O caminho para a vitória sobre o pecado não é, então, uma questão de tornar-se auto-suficiente, mas sim uma questão de aprofundar a nossa união com Deus, através dos sacramentos e oração, para que assim o amor de Deus cresça em nós e decresça a atracção para o pecado. A nossa principal tarefa como cristãos, portanto, é permanecer em Cristo, como um ramo ligado à vinha, para que a vida divina possa fluir dentro de nós e purificar-nos. Finalmente, devemos ser confortados pelo facto que até uma derrota se possa tornar numa vitória pela graça de Deus. Quando Pedro negou conhecer Jesus por causa do medo, a Escritura diz-nos que Pedro “saindo para fora, chorou amargamente” (Mt 26,75). No entanto, um resultado desta derrota foi que o orgulho de Pedro foi quebrado no nível mais profundo. Confiando na graça de Deus mais que na sua própria força, Pedro estava, então, preparado para agir como líder da Igreja.
17 - Serão os mandamentos consistentes? Em particular, o mandamento “Não matarás”, parece contradizer a aparente legitimidade de uma guerra justa.
Qualquer morte que é feita como um acto privado de assassinato é absolutamente proibida pelo quinto mandamento. A autoridade legal pode, contudo, conduzir a sociedade a participar numa guerra para prevenir males maiores, como a destruição ou a escravatura dessa sociedade.
Ainda assim, muitas condições, como a causa legítima ou boa intenção, devem ser atendidas para a justificação de tais acções, e devem ser escolhidas formas que evitem o assassinato, se possível (CIC, 2302-2317).
18 - Qual é a diferença entre amor e luxúria? Pode o desejo sexual ser bom?
Deus criou-nos homem e mulher com o desejo de união sexual, o fruto do qual é o dom de uma nova vida, uma pessoa com uma alma imortal. Quando esta união sexual existe no contexto do sacramento do matrimónio, abençoado por Deus, então a união sexual pode ser um grande bem como caminho escolhido por Deus para trazer crianças à existência, possíveis futuros santos no reino dos céus. Consequentemente, o desejo sexual que acompanha esta acção é uma autêntica forma de amor, desde que o forte desejo de união sexual exista em harmonia com o desejo para o bem do seu marido ou esposa, o bem que Deus deseja e o bem da criança, se uma criança é concebida. Contudo, quando o desejo de prazer está presente sem o desejo destes outros bens, então o desejo sexual é desordenado, reduzindo frequentemente a outra pessoa ao estado de objecto despersonalizado. Sob estas circunstâncias, o desejo sexual é mau e é chamado luxúria.
19 - Porque é que basta um pecado mortal para matar a vida divina da alma?
A ideia de que um pecado mortal priva uma alma humana da graça parece ser muito dura, pensando na hipótese de que Deus, dessa forma, poderá sentenciar potenciais santos à condenação apenas por uma única infracção da sua lei, como se se tratasse de uma simples infracção de trânsito numa viagem de condução irrepreensível. O relacionamento cristão com Deus não consiste, no entanto, em atingir um caminho perfeito para ganhar direito ao céu, mas sim em amar a Deus com todo o nosso ser, uma relação que será completamente consumada no céu. A Escritura descreve mesmo essa relação com a imagem íntima de uma aliança de casamento (Ef 5,31-32). Consequentemente, cometer um pecado mortal não é deixar de passar no exame da própria perfeição, mas significa mais um “acto de adultério” em que nos entregamos a outra coisa (o mundo, a carne ou o Diabo), além de Deus (cf. Ez 16,32). Portanto, tal como acontece num acto único de adultério, em que Deus exige a reconciliação posterior com o cônjuge para o relacionamento ser restaurado, assim também um só pecado mortal requer reconciliação, normalmente, pelo sacramento da Confissão, para o relacionamento com Deus ser restaurado.
20 - Esforço-me por entender e seguir os ensinamentos da Igreja sobre sexo. O que sugere?
O esforço para se ser casto não é um desafio exclusivamente moderno, pois os desejos sexuais são poderosos, especialmente na juventude. Contudo, o que é novo nos tempos modernos é que muitas sociedades deixaram, na sua maioria, de promover o princípio de que os actos sexuais se cingem ao casamento e à procriação. Pelo contrário, a promiscuidade é frequentemente encorajada, juntamente com a promoção e difusão de contraceptivos para prevenir a gravidez e o aborto como meio de se desfazer das muitas crianças indesejadas que, ainda assim, são concebidas. Esta inversão massiva dos valores e políticas públicas deixou a Igreja Católica quase sozinha na defesa do propósito original do sexo, ou seja, a procriação de crianças no contexto da união entre marido e mulher. Quando o esforço para se ser casto se torna bem mais difícil devido a estas pressões sociais, como, então, se consegue seguir os ensinamentos da Igreja nesta matéria? Para responder a esta questão, é importante pensar, em primeiro lugar, porque é que a castidade é importante e, então, como se pode viver castamente. Ser-se casto não é ser-se contra o sexo, mas ter consciência sobre o que o sexo significa realmente. A consequência natural do acto sexual é uma criança, um ser cuja alma viverá eternamente e que pode tornar-se um santo, um filho adoptado de Deus na glória do paraíso. Logo, se é natural, a união sexual não é uma acção trivial ou casual. Consequentemente, Deus providenciou o sacramento do Matrimónio para dar um contexto e graças próprias a esta união, de modo a que seja casta, alegre e frutuosa. Deveria ser igualmente assinalado que as relações que seguem a lei de Deus são frutuosas não só em termos da sua descendência, como no amor entre marido e mulher. Um sinal desta vantagem é o facto dos casais que praticam o Planeamento Familiar Natural (PFN) terem uma menor taxa de divórcio do que os que usam contraceptivos. Ainda assim, hoje, a castidade é difícil mesmo para aqueles que entendem estes princípios e se esforçam para serem castos. O que pode, então, promover a vitória? Um ambiente pessoal são, com boas amizades e actividades, é uma grande ajuda. É igualmente importante evitar más companhias e influências, especialmente os muitos aspectos dos media que promovem a luxúria. Como batalha espiritual, é também importante sustentar-se em recursos espirituais: quando a nossa vida é preenchida pelo amor de Deus e pelas coisas de Deus, como as obras de misericórdia, não há espaço para a luxúria. Finalmente, embora muitas pessoas não consigam experienciar imediatamente a vitória nesta área, mesmo assim Deus irá dar a vitória final àqueles que se arrependem do pecado e procuram ajuda.
21 - As devoções direccionadas a Maria e aos santos prejudicam a adoração a Deus?
As devoções a Maria e aos santos não prejudicam a adoração a Deus. As devoções expressam amor, mas o amor não é um bem finito como um bolo, onde uma fatia maior destinada a uma pessoa significa uma fatia mais pequena para qualquer outra. Pelo contrário, o amor multiplica-se quando é partilhado, e amar Maria e os santos dá maior glória a Deus que os criou e salvou. Além disso, os santos, pela sua imensa variedade, glorificam muitas manifestações da criatividade e amor salvífico de Deus, expandindo o nosso conhecimento e amor de Deus. Finalmente, os santos são os amigos de Deus na glória dos céus. Tal como acontece com uma pessoa que não se sente desrespeitada quando um amigo é também honrado, assim Deus está satisfeito e não irritado pela honra dada aos seus santos.
22 - Poderia ilustrar os benefícios das devoções um pouco mais claramente?
Um dos exemplos mais claros dos benefícios das devoções é que muitos dos maiores santos tiveram uma forte vida devocional. Santo Padre Pio, por exemplo, rezou o terço quase continuamente. Outras provas da importância das devoções podem ser vistas nas vidas dos Papas mais recentes. O Papa João Paulo II, por exemplo, observou que a leitura da Verdadeira Devoção a Maria de São Louis-Marie de Montfort foi um "ponto de viragem decisivo" na sua vida. As devoções também foram frutíferas para a arte e para a música. A origem e motivação original de tanta arte ocidental encontram-se no desejo de expressar “concretamente o sobrenatural”, como imagens devocionais de Jesus, Maria e dos Santos. As devoções também influenciaram a música. Ave Maria, por exemplo, foi musicada por Brahms, Byrd, Elgar, Mozart, Rossini, Saint-Saëns, Verdi e muitos outros. Então, as devoções tiveram comprovadamente um impacto frutífero no mundo. Finalmente, além de nos ajudar a crescer em santidade e a enriquecer a nossa cultura, as devoções são uma fonte prática de ajuda diária. Um texto bíblico chave é o milagre de Caná (Jo 2,1-11), quando Jesus transformou água em vinho seguindo um pedido de sua mãe para que ajudasse. Este evento ensina-nos que Deus responde às orações oferecidas pelos santos em nosso nome e, especialmente, as orações de Maria, a Mãe de Deus.
23 - Como sei que Deus ouve as minhas orações?
Rezar é ouvir e falar com Deus e desejar estar unido a ele e à sua vontade.
O Deus Todo-Poderoso que criou o universo com amor, não só ouve as nossas preces faladas, como também as que “dizemos” no nosso interior. Além disso, o salmo 94 (93) afirma explicitamente que o Senhor vê e ouve tudo o que acontece e sabe até os nossos pensamentos. Jesus Cristo transmitiu o mesmo ensinamento, dizendo-nos que o nosso Pai do Céu vê tudo o que é feito em segredo, “Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te” (Mt 6,6). Neste texto, Jesus confirma então que Deus ouve as nossas preces e nos recompensará, mesmo que não estejamos cientes da sua presença. Então, sabemos que Deus ouve as nossas orações, tanto pelo facto de que ele é Deus e Todo-Poderoso, como pelas revelações explícitas das Escrituras, incluindo as próprias palavras de Cristo.
24 - A Missa parece não existir na Bíblia, então de onde provém?
Todos os elementos principais da Missa estão, de facto, na Bíblia, reunidos de forma litúrgica pelos primeiros cristãos, guiados pelo Espírito Santo. De facto, a acção central, a transubstanciação do pão e do vinho no corpo e sangue de Jesus Cristo, é tomada directamente dos relatos das palavras de Jesus na última Ceia quando Ele instituiu a Eucaristia, “Isto é o meu corpo… este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança… fazei isto em minha memória.” (1Cor 11,23-25; Mt 26,26-28; Mc 14,22-24; Lc 22,17-20).
Outras fontes bíblicas da Missa incluem as suas duas principais divisões em liturgia da Palavra e liturgia Eucarística, que são prefiguradas na liturgia da Sinagoga (cf. Lc 4, 16-39) e na liturgia dos sacrifícios do Templo (cf. Esdras 6,19-22). Entre os outros diversos elementos da Missa retirados da Bíblia, temos as palavras de abertura: “A Graça e a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco”, são a conclusão da segunda carta de S. Paulo aos Coríntios, e as palavras: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada…” são as palavras que o centurião dirige a Jesus (Mt 8,8). Muitos dos aspectos rituais da Missa, tal como o incenso e as vestes, são prefiguradas no Antigo Testamento (cf. Lev 8) como figura das boas coisas que virão (Hb 10,1). A “ boa coisa” que veio é o perfeito sacrifício da Missa, que faz com que o sacrifício de Cristo esteja presente em todas as épocas até ao fim dos tempos.
Provas importantes para a existência da Missa, na Igreja primitiva, são também apontadas nos primeiros escritos cristãos. Por exemplo, São Justino Mártir, na sua obra Primeira Apologia ao Senado Romano, escrita pelos meados do segundo século, dá-nos um relato detalhado acerca da liturgia Eucarística. São Justino descreve muitos elementos – incluindo leituras, o sermão, o beijo da paz, o ofertório, a oração Eucarística de acção de graças, a consagração pelas palavras da instituição da Eucaristia, intercessões, o grande “Amén” e a comunhão – todas elas são as partes que nos são familiares na Missa actual. São Justino também descreve a Eucaristia em termos católicos tais como “o corpo e sangue daquele Jesus que se fez carne” (Primeira Apologia 66), e Santo Ireneu, também no segundo século, afirma que a Igreja oferece o “puro sacrifício” (Contra Heresias, IV, 18). Por isso, apesar de ter havido, claramente, alguma elaboração dos detalhes da Missa, ao longo dos séculos, a Missa teve a sua fonte nas Escrituras, foi desenvolvida na sua forma litúrgica pela Igreja primitiva, e tem hoje uma estrutura com coerência orgânica e consistente com as suas origens.
25 - Onde posso encontrar os textos das orações da Missa?
As orações da Missa podem ser encontradas nos livros a que chamamos «Missais», os quais podem ser adquiridos nas livrarias católicas. Um Missal pode parecer um pouco complexo, à primeira vista, aconselhando-se que se peça a alguém experiente que explique como utilizar estes livros. Também é relativamente importante que se tenha em conta que existe alguma variedade de ritos e formas aprovadas da Missa.