Ano Novo
Ano novo é pouco: precisamos de uma alma nova
- 28-12-2018
- Visualizações: 178
- Imprimir
- Enviar por email
Umano novo é muito pouco: precisamos de uma alma nova
Mudançasque realmente valem a pena
Todavirada de ano é repleta das mesmas coisas: sonhos, projetos, mudanças, enfim,uma busca por uma vida nova. Infelizmente, a maioria das pessoas se preocupaapenas com as coisas exteriores, com os bens que passam: trabalho, dinheiro,sucesso, descanso, viagens, festas, e tanto mais. Poucos são os que aproveitamessa atmosfera de mudança para repensar a vida interior e propor mudanças. Alémdisso, para a maior parte das pessoas, toda virada de ano é uma grandefrustração: os dias passam e a vida continua igual, justamente porque quemprecisa mudar somos nós, independente do ano. É uma triste ilusão e algo bem comum (e imaturo), condicionar as nossasnecessidades, projetos, sonhos a factores exteriores. Assim, se falharmos, aculpa não será nossa.
Mas,afinal de contas, os propósitos de ano novo são ruins? Absolutamente não. Sesoubermos aproveitar essa atmosfera de mudança, quanto poderemos fazer! Devemostomar cuidado com o que nos alerta São Josemaria: “Tu não deves trabalhar porentusiasmo, mas por Amor.” Qualquer propósito de ano novo será sempre em vão elevará à frustração se não tivermos uma vontade firme.
“Se a cada ano extirpássemos um vício, bemdepressa seríamos perfeitos.” (Imitação de Cristo)
Essacitação do livro Imitação de Cristo é tão chocante quanto verdadeira. E, maisdo que isso, totalmente possível e alcançável! Grande parte das vezes nãoprogredimos espiritualmente porque estamos perdidos em meio a tantos e tantospropósitos. Principalmente na vida familiar, com tempo tão curto, é difícilprogredir em muitas coisas ao mesmo tempo. Mas não é impossível! O importante énão estacionar, pois na vida espiritual quem não progride, retrocede.
Então,que tal adotarmos essa proposta de extirpar um defeito ou vício por ano? É umaproposta real, eficaz e que está ao alcance de todos!
Odefeito dominante
Apósum bom exame de consciência, somos capazes de identificar qual defeito ou víciomais tem atrapalhado a nossa vida e incomodado as outras pessoas. É esse ovício que deve ser corrigido. ”Para combater com eficácia na vida interiordevemos conhecer bem o que os autores espirituais chamaram o defeito dominante,o que em cada um tende a prevalecer sobre os outros e, como consequência, setorna presente na forma de opinar, de julgar, de querer e de agir. ” (Pe.Garrigou)
”Odemónio é como um leão que ruge ao nosso redor, procurando nos devorar. Commuita inteligência, ele busca, precisamente, nos atacar em nosso ponto fraco.Assim, ele faz a ronda para examinar todas as nossas virtudes teologais,cardeais e morais, e é no ponto em que nos encontra mais fraco, é nesse ponto,que é o mais perigoso para a nossa salvação, que ele nos ataca e tenta nosabater. Como um bom chefe de guerra, ele sabe que uma vez tomado o ponto maisfraco de nossa alma, o menos virtuoso, ele vai se tornar o mestre de todo oresto de nossa alma. Esse ponto mais desprovido de virtude, o mais arruinadopelas nossas más inclinações é justamente o nosso defeito dominante, que étambém a raiz, a causa de muitos outros pecados. Esse defeito dominante podeser muito diverso segundo cada pessoa: o orgulho, a vaidade, a sensualidade, aimpureza, a falta de modéstia, o respeito humano, o apego aos bens desse mundo,o apego às honras ou à glória desse mundo. Ele pode ser a preguiça, sobretudo apreguiça espiritual, a falta de espírito sobrenatural, a falta de esperança, ainconstância, o espírito mundano, a cólera, etc…
Paraque sejamos vitoriosos nesse combate, é preciso, todavia, seguir o conselho daIgreja. A vitória sobre o nosso defeito dominante não ocorre sem ossofrimentos, sem as cruzes, sem as privações. É impossível vencê-lo sem amortificação, sem a penitência. Do mesmo modo, sem a oração – sem muita oração– é igualmente impossível vencê-lo e até mesmo começar a batalha, pois é Deusque nos dá a força para combater e é Deus que nos dá, em última instância, avitória. Sem Ele, mais uma vez, nada podemos fazer. Finalmente, é a caridade, avontade de servir a Deus, infinitamente bom e amável, que deve nos animar e nosdispor ao combate. Para não se enganar arespeito de seu próprio defeito dominante, é necessário pedir o auxílio deDeus, para que Ele mostre qual é esse defeito e convém pedir conselho a umpadre bom que conheça sua alma.” (Pe. Daniel Pinheiro)
E,não só corrigir o vício/defeito, deve ser feito também a atitude contrária, queé o remédio para a correção. Por exemplo, uma pessoa acostumada a reclamar podeescolher corrigir esse defeito e se esforçar em dar graças a Deus por tudo oque acontecer.