A IGREJA
Falta sentido de comunidade na tua freguesia ou grupo? Tu podes melhorá-lo com estes 5 passos fáceis
- 10-01-2024
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Um lance,
uma conversão ou uma simples coincidência. Um dia "o
primeiro" a ir a uma nova paróquia, sozinho ou em família. Não é raro que,
no fim da missa, os novos paroquianos, ao sair, sintam frio. Ninguém
vem cumprimentá-los ou encontrá-los. Muitas vezes a resposta será
simples e direta: eles não voltarão à missa.
Foi assim que
o evangelizador Marcel LeJeune, fundador do programa Discípulos
Missionários Católicos, a viveu.
Recém-casado,
mudou de cidade com a família e teve de procurar uma nova paróquia,
tentando por todos os meios integrar-se numa comunidade e ir ao encontro dos fiéis.
"Ninguém
nos acolheu, ninguém se aproximou, ninguém nos cumprimentou
pela primeira vez", lembra.
A autêntica comunidade católica
A sua
"experiência não é incomum", mas a sua resposta é: depois de um ano
de tentativas fracassadas, ele e a sua esposa tomaram a iniciativa e
reuniram outros casais recém-casados com o objectivo de "fazer
algo, mesmo que fosse imperfeitamente. Começámos a aprender sobre a autêntica
comunidade católica, como ela pode ser difícil e crescemos como discípulos
à medida que éramos desafiados a viver a nossa fé".
De acordo com a
sua experiência e a definição de comunidade, um grupo de pessoas ligadas por
características ou interesses comuns", LeJeune estava ciente de que a
comunidade, na esfera católica, "deve ser mais como uma família do que um
clube, não se trata de concordar ou conviver, mas de amar e cuidar uns dos
outros, mesmo daqueles que você não gosta."
Isto foi feito
pelos primeiros cristãos, que "viviam em comunidade, se
reuniam regularmente, rezavam juntos, serviam e se responsabilizavam uns pelos
outros e se conheciam", explica. O evangelho está cheio de
exemplos.
Mas aquela
comunidade de cristãos primitivos, "em geral, não se assemelha às
paróquias de hoje".
Em primeiro
lugar, explica, porque a autêntica comunidade católica "não é uma
bolha", mas deve "chegar aos outros, atrair outros para os
sacramentos, o seu significado é o bem do mundo e não só de quem vai à
missa".
Como
evangelizador, escritor e autor de vários livros, e presidente da Catholic
Missionary Disciples, Marcel LeJeune é uma das vozes mais autorizadas na
América do Norte sobre evangelismo.
Por outras
palavras: "Comunidade não é o objectivo. Jesus é a meta, o céu
é a meta, a santidade é a meta. Mas não podemos alcançá-lo plenamente sem uma
comunidade católica forte. Quando focamos as nossas vidas em Jesus, no céu e na
santidade, a comunidade não acontece necessariamente, mas é possível que ela
surja. Mas é preciso iniciativa e vontade."
Ciente de que
muitos fiéis e paróquias estão "presos" a este respeito, ele propõe
cinco passos para construir uma comunidade católica forte.
1º) Tome a iniciativa
LeJeune e a sua
esposa viram que tinham que "sair da zona de conforto e liderar",
mesmo estando "mal equipados, sem experiência de liderança" ou
"mais jovens" do que as pessoas ao seu redor. Deixaram de
"esperar que outra pessoa agisse" e tomaram a iniciativa. "O que
é preciso para construir uma comunidade e relacionamentos fortes é alguém
para começar", explica.
2º) Oração, essencial na comunidade
Para se abrir
"ao poder de Deus" e causar "um impacto espiritual na
vida dos outros", a oração é necessária. "Se realmente
queremos construir comunidades católicas fortes, devemo-nos comprometer a rezar
por aqueles que desejamos ter na comunidade, mesmo por aqueles que ainda não
conhecemos. Todos eles devem ser adicionados à lista de orações diárias",
enfatiza.
3º) Não subestime algo tão simples como um convite
O simples acto
de convidar alguém para uma reunião, um evento ou uma missa transmite muito:
não só que essas pessoas se importam com quem as convida, mas
que querem que isso faça parte da sua vida. E muitos estão à espera
por esse convite. De acordo com os seus dados, "43% dos católicos não
praticantes consideram reviver a sua fé, mas o que acontecerá se nunca
forem convidados a fazê-lo?", questiona.
É algo que
pode ser "extrapolado" para quem vai à missa, mas não tem amizades
cristãs ou uma comunidade. Também eles "estão à espera de um convite",
e é tão simples como "apresentar-se a alguém o fim da missa, conversar durante
algum tempo e acabar por o convidar para uma reunião, uma refeição ou
um café. Não é algo em que você tem que pensar muito, apenas fazer
mais."
4º) Visão de longo prazo: disposição para servir
Mas segundo
LeJeune, onde o "verdadeiro objectivo" está "no
investimento", na dedicação do tempo.
"As
pessoas que investem numa comunidade vão pensar mais em como servir os
outros, em vez de perguntar 'o que eu ganho com isso?' Estas são as
pessoas que estão dispostas a investir profundamente numa comunidade, mas com a
visão de alcançar mais. Assim como você não pode ser discípulo de Jesus quando
vive separado dEle, você não pode fazer parte de uma comunidade cristã e viver
separado dos outros", explica. Portanto, uma comunidade cristã que não
tenha liderança com iniciativa e visão de longo prazo tende a
fracassar.
5) Como Jesus, construa pacientemente relacionamentos e confiança
Lejeune também
propõe 'olhar para Jesus' e fazer como que Ele fez." Ele tomou
a iniciativa pelos seus, orou por eles, convidou e investiu neles e teve um
impacto profundo. Passou muito tempo com as pessoas, cresceu relacionamentos,
desafiou os outros, deu-lhes responsabilidades, deixou-os falhar e perdoou-os e
nós precisamos de fazer o mesmo", explica.
Trata-se de
ter "iniciativa" nas relações com a comunidade, que
não fiquem "na superfície", mas que tenham a paciência
necessária para se conhecerem, construírem confiança, partilharem fraquezas
e dialogarem uns aos outros.