A Família
O que é harmonia conjugal? Como vivê-la?
- 15-06-2020
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O casamento, a família de modo especial, é uma escola de
amor, porque a convivência diária obriga a acolher os outros com respeito,
diálogo, compreensão, tolerância e paciência. Este exercício forte de vivência das
virtudes, faz cada um crescer como pessoa humana. Na família, Deus ensina-nos a
amar e dá-nos a oportunidade de sermos amados.
A harmonia conjugal é atingida quando o casal, na vivência do
amor, se supera a si mesmo e harmoniza as suas qualidades numa união sólida e
profunda. Quando isto acontece, cada um passa a ser enriquecido pelas
qualidades do outro. Há, então, como que uma transfusão de dons entre ambos.
Mas, para isso, é preciso que o casal chegue à unidade, superando as
falsidades, infantilidades, mentiras e infidelidades. Para chegar a este ponto,
é necessário olhar para o outro com muita seriedade, respeito e atenção.
A decisão para uma boa harmonia conjugal
Ninguém é obrigado a casar-se e a constituir uma família, mas
se tomamos esta decisão, então, devemos “casar para valer”, com toda a responsabilidade.
Aquela pessoa com quem decidimos casar é a “escolhida” entre todos os homens ou
mulheres que conhecemos; e, portanto, como o(a) eleito(a), devemos tê-lo em
alta conta, como a “pessoa especial” na nossa vida, merecedora de toda atenção
e respeito.
É lamentável que, entre muitos casais, com o passar do tempo
e com a rotina do dia a dia, a atenção com o outro, e, pior ainda, o respeito,
se acabam. Não tem lógica, por exemplo, que um ofenda o outro com palavras
pesadas, que provoquem ressentimentos; não tem cabimento que o marido fale mal
da esposa aos outros, criticando-a a terceiros. Isto também é infidelidade,
pois isto não acontece somente no campo sexual.
A admiração não pode ser esquecida
Por outro lado, é preciso cuidar para que a atenção, o
carinho para com o outro não diminua. É importante manter acesa a chama do
desejo de agradar o outro. É nos detalhes que, muitas vezes, isto se manifesta.
Qual é a roupa que ela gosta que eu vista? Qual é o corte de cabelo de que ele
gosta? Qual é a moda de que ele gosta? Qual é a comida de que ele gosta? Quais
são os móveis de que ela gosta? Qual é o carro que ela prefere? Qual é o lazer de
que ele gosta? Enfim, a preocupação em alegrar o outro, sem cair no exagero, é
claro, é o que mantém a comunhão de vida.
Isto não quer dizer que o amor conjugal deva ser um egoísmo a
dois. Como dizia Exupéry, “amar não é olhar um para o outro, mas é olhar ambos
na mesma direcção”. Isto é, o casal não pode parar em si mesmo, ele tem grandes
tarefas pela frente: os filhos, a ajuda aos outros, a vida na Igreja etc.
Importa olhar na mesma direcção e caminhar juntos.
Para que a harmonia aconteça na vida do casal, dia a dia, deverá
rejeitar tudo o que possa desuni-lo: brigas e palavras ofensivas, comparações
com a vida e atitudes dos outros casais, desentendimentos com a família do
cônjuge, inveja e ciúme do outro, desentendimento no uso do dinheiro,
reclamações, negativismo, apego exagerado aos pais, mau humor, birras, enfim, tudo
o que azeda o relacionamento.
Para que a harmonia aconteça é preciso conhecer o outro. Cada
um de nós é um mistério insondável, único e irrepetível. Somos indivíduos. Não
haverá dois iguais a ti na face da terra nem na história dos homens, mesmo que
se chegue ao absurdo da clonagem do ser humano. Cada um de nós é
insubstituível, e isto nos mostra quanto somos importantes para Deus.
Quando nos casamos, recebemos o outro das mãos de Deus e da
família, como um presente ímpar, singular, sem igual. Deve-se, portanto, ser
cuidado com o máximo cuidado para sempre.
É fundamental para a vida do casal que cada um conheça a
história do outro: a sua vida, o seu passado, a realidade familiar de onde veio,
etc., para poder compreendê-lo, ajudá-lo, amá-lo, perdoá-lo. Ninguém ama a quem
não conhece.