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A Família

Graus e as espécies da castidade conjugal e a continência

 A castidade tem por finalidade reprimir tudo quanto há de errado nos prazeres sexuais desordenados. Ora, os prazeres sexuais têm por finalidade perpetuar a raça humana, transmitindo a vida pelo uso legítimo do matrimónio. Fora dele, toda luxúria é estritamente proibida.

Foi Nosso Senhor quem deixou isto claro: “Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração” (Mt 5,28). Neste ensino, Jesus deixa claro que não há nenhuma atitude sensual que não seja má moralmente, configurando assim, pecado grave.

À castidade chamamos com razão, a virtude angélica, porque nos aproxima dos anjos, que são puros por natureza. É uma virtude austera, porque ninguém chega a praticá-la sem disciplinar, sem domar o próprio corpo e os sentidos por meio da mortificação. É uma virtude delicada, que as menores faltas voluntárias a deixam embaçada. Por isso é mesmo difícil, porque não pode guardá-la senão quem luta, generosa e constantemente, contra as mais tirânicas das paixões.

Graus da castidade

O primeiro consiste em evitar, com cuidado, o consentimento de qualquer pensamento, imaginação, sensação ou acção contrária à virtude.

O segundo tende a afastar, imediata e energicamente, qualquer pensamento, imagem ou impressão que, porventura, pudesse deslustrar o brilho desta virtude.

O terceiro, que não se adquire geralmente senão após longos esforços na prática do amor de Deus, consiste em dominar a tal ponto os sentidos e os pensamentos, que, quando se tem por dever versar questões relativas à castidade, faz-se isso com tanta serenidade e paz, como se se tratasse de assunto totalmente diverso.

Há pessoas, enfim, que, por privilégio especial, chegam a não experimentar movimento nenhum desordenado.

Espécies

Há duas espécies de castidade: a conjugal, que convém às pessoas legitimamente casadas; e a continência, que é própria daqueles que não são casados (solteiros e celibatários).

Da castidade conjugal

O matrimónio cristão é o símbolo da união santa entre Cristo e a sua Igreja. Os esposos devem amar-se, respeitar-se, santificar-se mutuamente. O primeiro efeito deste amor é a união indissolúvel dos corações, e, por conseguinte, a fidelidade inviolável dum ao outro.

“Conservai, pois, ó maridos, um terno, constante e cordial amor para com as vossas mulheres. Se quereis que as vossas mulheres vos sejam fiéis, ensinai-lhes esta fidelidade pelo vosso exemplo. Vós mulheres, cuja honra anda inseparavelmente aliada com o pudor e honestidade, conservai, cuidadosamente, a vossa glória e não permitais sequer a mínima palavra que embace a vossa candura. Temei todo o tipo de insultos, por pequenos que sejam, não permitindo nem o mais mínimo galanteio perto de vós. Quem quer que venha a elogiar a vossa formosura e elegância, deve ser-vos suspeito… e, se ao vosso louvor alguém se atreve a acrescentar o desprezo do vosso marido, ofende-vos enormemente, porque é evidente que não só vos quer perder, mas que vos tem já por meio perdida pois está já feito ao menos meio negócio com ele.” (São Francisco de Sales)

Nada assegura melhor esta mútua fidelidade que a prática da verdadeira devoção, em particular, a oração em comum. Os homens devem ser envoltos na devoção, pois eles, sem devoção, são animais severos, ásperos e rudes. E as mulheres devem ser igualmente devotas, pois elas, sem a devoção, são sobremaneira frágeis e sujeitas a cair na perda das virtudes.

Enfim, o apoio mútuo deve ser tão grande, que ambos não se deverão irritar ao mesmo tempo, para que não haja feridas com as discussões. Se um estiver encolerizado, fique o outro sereno, para que a paz volte o mais depressa possível.

Os esposos respeitarão a santidade do leito conjugal pela pureza de intenção e honestidade das suas relações.

O fim primordial do matrimónio cristão é ter filhos, que serão educados no temor e no amor de Deus, que se formarão na piedade e vida cristã, para fazer deles, um dia, cidadãos do céu. O fim secundário é auxiliar-se mutuamente e suportar os trabalhos da vida e triunfar das paixões, subordinando o prazer ao dever. O sacramento do matrimónio é o remédio para as paixões que ferem a castidade.

Cumprir-se-á, pois, fiel e francamente o dever conjugal: a transmissão da vida. Tudo quanto for contra a transmissão da vida será tido por falta grave, salvo casos especiais e acompanhados eclesiasticamente.

A moderação impõe-se no cumprimento deste dever como no uso do alimento. Na Temperança, no que se refere à gula, não ter a continência no comer, o uso deste prazer pode-nos conduzir à intemperança na sexualidade. Há casos em que se torna necessária a continência. O que não será possível se o prazer não estiver subordinado ao dever.

Da continência ou do celibato

A continência absoluta é um dever para todas as pessoas que não estão casadas e para aquelas que estão no estado da santa viuvez. Tanto quanto para aqueles que são chamados ao celibato pelo Reino de Deus.

A castidade é uma virtude frágil e delicada, que não se pode conservar se não é protegida por outras virtudes: a humildade, que produz a desconfiança de si mesmo e a fuga das ocasiões perigosas; a mortificação que, combatendo o amor do prazer, atinge o mal na sua raiz; a aplicação dos deveres de estado, que previne os perigos da ociosidade; o amor de Deus, que, enchendo o coração, o impede de se entregar às afeições perigosas. Com isto, a alma pode não somente repelir os ataques do inimigo, mas até aperfeiçoar-se na pureza.

Há dois modos de se adquirir a castidade: um que se faz pelo treino, cuidando de cada pensamento, de cada olhar e conteúdo do que se assiste, do modo com que se veste e se relaciona. E também, como já dissemos acima, por meio dos sacramentos.

Quando nos confessamos, com o sincero propósito de nunca mais cometer nenhum pecado grave, já saímos da confissão vigiando por sobre o nosso proceder. Caso se tenha cometido novo pecado, apresse-se a confessar-se novamente com as mesmas santas disposições. Com o tempo e a infusão da graça que se faz por meio de uma confissão bem feita, vamo-nos tornando mais fortes contra aqueles pecados confessados. É preciso, no entanto, o firme propósito de não mais cometer o pecado grave. Isto é o mais importante!

Entramos assim no que se chama Estado de Graça. Neste estado, podemo-nos aproximar da Eucaristia. E é nela que está boa parte deste segredo. Ela infunde em nós uma castidade infusa, de modo que, em tempo recorde, perdemos todo o impulso e contaminação que nos conduz ao pecado contra a castidade. É realmente incrível!

Convido-te a fazer a experiência de te confessares com o firme propósito de não mais cometer o pecado grave. Se caíres, volta a confessar-te logo que possas. Ao te aproximares da Eucaristia, adora o Senhor de todo o coração. E vais constatar, na tua vida, que, em pouquíssimo tempo, estarás longe dos pecados que ofendem a nossa castidade.

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