1º O que é confessado na confissão?
No confessionário confessamos os nossos pecados, mas também
confessamos que a misericórdia de Deus é maior do que eles. O ponto central é o
encontro com Jesus Cristo. Quando um sacerdote confessa, é Jesus Cristo quem
confessa; Ele dá-nos o seu perdão uma vez que nos reconhecemos como pecadores.
A confissão começa com um bom exame de consciência e que deve
ter três partes – "o mal para com Deus, o mal para com os outros e o mal
para consigo mesmo" – embora todo o pecado tem estas três dimensões. Começar
o exame lendo a Bíblia e revendo a sua vida à luz de Deus, talvez seguindo os
mandamentos ou as bem-aventuranças.
O obrigatório é dizer os pecados mortais, embora também
forneça os benefícios de confessar pecados veniais. "Os pecados
mortais", são aqueles que têm a ver com um assunto grave, que são
cometidos com plena consciência e pleno consentimento, enquanto que os pecados
veniais se referem a assuntos menores, ou pecados nos quais não estás
plenamente consciente, ou estás muito condicionado.
2º "Padre, eu confesso sempre a mesma coisa!"
É melhor não pecar, mas se confessas sempre a mesma coisa é
porque a tua vida é a mesma. É melhor confessar sempre a mesma coisa, porque
imagina que apresentasses em cada confissão três novos pecados!
Na confissão Deus não apenas perdoa os pecados, mas dá-nos a
graça de melhorar o que confessamos. Com o tempo, veremos que sempre
confessamos a mesma coisa, mas com menos frequência, ou com menos ressentimento...
É como o crescimento das crianças, vai devagar e nós não percebemos. Mas
chegará o momento em que deixarás de confessar o mesmo, porque foste capaz de o
superar.
O santo Cura d'Ars disse que “Deus esquece até mesmo o futuro
para perdoar os teus pecados, e isso significa que a Sua misericórdia é maior,
até, do que o nosso próprio propósito de emenda". Às vezes uma pessoa não
quer mudar, mas gostaria de querer mudar, e que o pequeno começo do propósito
de emenda é o primeiro passo para não cair em desespero e descobrir que precisas
da misericórdia de Deus.
3º Do desgaste à contrição perfeita
Após o exame de consciência, vem o arrependimento e o
propósito de emenda. Esta dor pelos pecados começa no desgaste – "Eu
arrependo-me porque sei que é errado e não quero ir para o inferno, mesmo que
eu não o entenda" – torna-se contrição imperfeita e termina em contrição
perfeita: O desejo de não ter feito o que fiz.
A contrição é acompanhada do objectivo da alteração. Uma
coisa é que, por causa da nossa condição, sabemos que cairemos novamente, mas
basta ter o desejo de o não fazer, porque Cristo olha para o coração
profundamente arrependido. Deus não se cansa de nos perdoar; nós é que nos
cansamos de recorrer à sua misericórdia.
As lágrimas e a dor dos pecados são boas; o mau é perder a
esperança, porque pensar: 'Não tenho nada para fazer' é, no fundo, ir contra
Deus". É importante respeitar os tempos de Deus no itinerário do encontro
das almas com Ele.
4º Por que não confessar diretamente a Deus?
A esta pergunta respondemos: "quem decide como pedir
perdão é o ofendido, e Jesus Cristo quis que nos confessássemos através de um
sacerdote. Esta mediação, além disso, tem o benefício adicional de que o
sacerdote, tão pecador como o penitente, possa compreender aqueles que se
aproximam.
5º Cumprir a penitência
O último passo de uma confissão é cumprir a penitência
imposta pelo sacerdote, um acto reparador com o qual colocamos a nossa pequena
parte de colaboração na redenção de Cristo. Penitência é como o marido que fica
com raiva da esposa, se arrepende e lhe traz flores e chocolates.
Trata-se de fazer uma penitência: concreta, clara, curta,
criativa e gratificante.